Por Altamiro Borges
Apesar de Jair Bolsonaro e de seus filhotes não saberem nem onde enfiam a máscara, o projeto de fascistização segue em curso no país. Na semana passada, o ministro-pastor Milton Ribeiro indicou uma fanática militante de movimentos de extrema-direita para o cargo de coordenadora de materiais didáticos do Ministério da Educação.
Como aponta o editorial da Folha, “Sandra Ramos é adepta do Escola sem Partido, movimento de íntima associação com o bolsonarismo. A escolha se insere numa teia de disputas internas no MEC, em vitória da ala ideológica da pasta, liderada pelo secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim”.
Carlos Nadalim é discípulo do filósofo de orifícios Olavo de Carvalho, guru da famiglia Bolsonaro. Foi seu aluno e divulga as suas fake news. Ele já havia alterado o edital do Programa Nacional do Livro Didático, incluindo a retirada de menção à agenda da não violência contra a mulher. Agora, garante um carguinho para sua aliada no MEC.
A Folha ainda tem dúvida?
Sandra Ramos é professora da Universidade Federal do Piauí e faz questão de se autoproclamar como “conservadora”. Ela defende, entre outras barbaridades, a exclusão da base curricular de referências às culturas africana e indígena, e também às violações dos direitos humanos ocorridas na ditadura militar.
Ela se projetou como militante da seita “Escola sem Partido” e como inimiga da fantasiosa “ideologia de gênero”. Para o editorial da Folha, “será um enorme retrocesso se tal ofensiva contaminar as diretrizes pedagógicas definidas pelo MEC”. O jornalão ainda tem dúvidas sobre os propósitos fascistas do laranjal bolsonariano?