O Banco do Brasil pode amanhecer paralisado nesta sexta-feira (29). Os trabalhadores e trabalhadoras da instituição decidiram cruzar os braços em todo o país contra o desmanche do banco e em defesa dos direitos e do emprego da categoria. A deliberação foi definida em assembleias realizadas virtualmente nos estados.
De acordo com as lideranças sindicais, a reestruturação iniciada pelo banco que levará à precarização do atendimento à população, ao aumento do desemprego e à retirada de função de bancários.
A iniciativa da direção bolsonarista do BB prevê a demissão de 5 mil trabalhadores e o fechamento ou mudança de perfil de 361 agências. Além de prejudicar o atendimento à população, principalmente de pequenas cidades, o pacote de mudanças também ataca os funcionários e funcionárias. Bancários há anos com a função de caixa terão a comissão retirada, o que representa uma redução salarial drástica.
“A hora é de luta. Quem está cansado, pare. Quem está com medo, pare. Quem tem pena dos clientes, pare. Quem tem raiva dos clientes, pare. Quem ame o banco, pare. Quem o odeia, pare”, conclamou o sindicalista Paulo Vinícius, bancário no DF.
Para fortalecer a mobilização, o Sindicato dos Bancários da Bahia convocou os funcionários do BB para uma plenária virtual nesta quinta-feira (28), às 18h30, e também para o ato na agência do Comércio, na sexta-feira (29), às 7h.
O objetivo é pressionar o governo Bolsonaro a desistir do projeto que pretende demitir 5 mil trabalhadores, descomissionar bancários, além de desativar 361 unidades (112 agências e 242 postos de atendimento).
Na plenária, serão debatidas estratégias contra a reestruturação e no dia do ato, os bancários estarão em paralisação de 24 horas contra o desmonte do Banco do Brasil. O plano vai atrapalhar a economia de milhares de municípios, subsidiados por projetos do BB, sem contar com o prejuízo à população, sobretudo, a mais carente e idosa.
O engajamento de todos os trabalhadores faz uma enorme diferença no movimento, que tem o intuito de barrar as ações que sucateiam os bancos públicos, para serem vendidos a preço de banana à iniciativa privada.
ES
“A greve desta sexta-feira é por adesão e é muito importante o envolvimento de todos os bancários e bancárias. Esse é um momento histórico e decisivo para todo o corpo de funcionários do BB. Alguns foram mais atingidos nesta reestruturação, mas o desmonte do BB está colocado para todos, pois é um projeto do governo Bolsonaro. Por isso precisamos nos mobilizar fortemente para defender nosso emprego e o BB público, forte, útil e fundamental para o desenvolvimento do país, assim como ele é”, convoca a diretora do Sindibancários/ES, Goretti Barone.