Reunião com presidente do Senado e audiência na Câmara Federal em defesa dos metalúrgicos da Ford

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim, se reuniu na quarta-feira (27), em Brasília, com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e outros parlamentares para discutir a saída da Ford do país e a situação dos milhares de trabalhadores que estão com os empregos e os direitos ameaçados. A entidade busca apoio em todas as esferas políticas para conseguir alternativas.

Na reunião, que aconteceu na residência oficial de Alcolumbre, se discutiu ainda a criação de uma frente parlamentar no Congresso Nacional sobre o encerramento das atividades da montadora, formada por diversos partidos políticos.

Júlio Bonfim disse que é fundamental ampliar e fortalecer a luta dos trabalhadores no campo político. “O Congresso Nacional é a casa do povo. Então, estamos recorrendo aos representantes da população para ajudar na luta pelo emprego em Camaçari”, frisou.

No encontro, Bonfim destacou ainda o enorme prejuízo causado à economia local com a saída da Ford, com reflexos desastrosos em toda a Região Metropolitana de Salvador. “Durante 20 anos, a Ford se beneficiou em Camaçari de isenção fiscal, sugou até onde pôde do Estado e dos trabalhadores, e numa jogada de puro oportunismo, deixa o país com um legado de milhares de demissões. Por isso, vamos até as últimas consequências para defender os direitos dos trabalhadores”.

O Sindicato ainda participou nesta quarta de duas audiências públicas sobre a saída da Ford do Brasil, uma promovida pelo PT e outra pelo Ministério Público, de forma virtual.

MPF

Em audiência pública realizada nesta quarta-feira (27) pela Câmara dos Deputados, o Ministério Público do Trabalho (MPT) defendeu a necessidade de articulação dos diversos atores sociais e do diálogo social para encontrar uma solução que reduza os efeitos negativos da saída da Ford do Brasil.

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Ronaldo Lima, coordenador da Conalis

Durante sua fala, o titular da Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical e do Diálogo Social (Conalis) do MPT, Ronaldo Lima dos Santos, ressaltou a criação do Grupo Especial de Atualização Finalística (GEAF) do MPT, criado pelo procurador-geral do Trabalho, Alberto Bastos Balazeiro, com a coordenação dos procuradores Flávia Vilas Boas de Moura e Jefferson Luiz Maciel Rodrigues. O coordenador nacional da Conalis afirmou ainda que, até o momento, o MPT realizou audiências com a empresa Ford, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Sindmetau e o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari.

O representante do MPT destacou que a decisão da Ford representa a perda de aproximadamente 5 mil empregos diretos e 120 mil postos de trabalho indiretos ou induzidos, com grandes impactos aos entornos das cidades e para a cadeia produtiva vinculada à montadora. O procurador também enfatizou que a situação da Ford é um sintoma de um processo global, mas com as peculiaridades nacionais, como as políticas de desenvolvimento, tributária e social.

Também participou da audiência pública o vice-coordenador da Conalis, Jefferson Luiz Maciel Rodrigues, que atua na coordenação do Geaf.

Com informações do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari e MPF