A pandemia já matou mais de 200 mil brasileiros, sendo mais de 12 mil em Minas Gerais. Contrariando as autoridades sanitárias, que recomendam o distanciamento social e o uso de máscara para evitar a contaminação, a juíza Ludmila Lins Grilo, da Vara Criminal e da Infância e da Juventude da cidade de Unaí, região Noroeste do Estado, usou as redes sociais para incentivar a aglomeração de pessoas. A magistrada ainda fez ironias quanto ao uso do acessório.
Nas imagens, postadas segunda-feira (04) em seu perfil no Twitter, ela ensina como andar em shopping sem usar a máscara – medida obrigatória para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Na mensagem, acompanhada de um vídeo, ela escreveu:
“Passo a passo para andar sem máscara no shopping de forma legítima, sem ser admoestado e ainda posar de bondoso: 1- compre um sorvete; 2- pendure a máscara no pescoço ou na orelha, para afetar elevação moral; 3- caminhe naturalmente”.
“Com o sorvete, pode andar sem a máscara. Acabou o sorvete, bota a máscara. O vírus não gosta de sorvete”, ironizou a juíza no vídeo.
Vários internautas também utilizaram as redes sociais para criticar a postura da magistrada.
“Quer aparecer? Coloca uma melancia na cabeça”. “Irresponsável. Deveria ser punida”. “Espero que ninguém da sua família pegue o vírus”. “Genocida igual o presidente”. “Vergonha pra Minas”, foram algumas das postagens.
Após a repercussão do vídeo, o advogado José Belga Assis Trad pediu ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a apuração da conduta de Ludmila Lins Grilo. Segundo ele, a juíza pode ter cometido “crime de apologia à infração de medida sanitária preventiva”.
“A juíza Ludmila Lins Grilo passou a defender aberta e entusiasticamente, na sua conta do Twitter, que possui um número expressivo de seguidores (mais de 130 mil), a aglomeração de pessoas nas praias e festas do litoral brasileiro”, disse.
No pedido, o advogado apresenta ainda outras publicações feitas pela juíza no Twitter no começo de 2021. Em uma delas, de 2 de janeiro, Ludmilla mostra pessoas caminhando em Búzios, no Rio de Janeiro. Segundo ela, a cidade “resiste à estupidez”.
“Uma cidade que não se entregou docilmente ao medo, histeria ou depressão. Aqui, a vida continua. Foi maravilhoso passar meu Réveillon nessa vibe”, escreveu.
Em outra, de 1º de janeiro, ela postou um vídeo que mostra a queima de fogos na noite de Ano Novo. O texto da publicação faz referência a uma hashtag (#) que incentiva a aglomeração de pessoas.
Com informações do Poder 360
Foto: Reprodução/Instagram Ludmilla Lins Grilo – 10.set.2019