Por Anderson Pereira*
Vários países do mundo já iniciaram a vacinação contra a Covid-19. Enquanto isso, aqui no Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido) segue com o seu discurso negacionista e antivacina.
Segundo o Ministério da Saúde, que é dirigido por um general do Exército e não um médico, o Brasil caminha para 200 mil mortes por Covid-19.
Para o presidente, isso pouco importa. No primeiro dia de 2021, Bolsonaro causou nova aglomeração em Praia Grande, litoral de São Paulo, ao pular de um barco e nadar até os banhistas.
Dias antes, o jornal “O Estado de S. Paulo” noticiou que o governo Federal havia comprado menos de 3% das seringas necessárias para a vacinação contra o Covid-19.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro – ex-capitão expulso do Exército por mau comportamento – segue com a sua política negacionista. “E daí?”, “Todos vão morrer um dia”, “Eu não sou coveiro” foram algumas palavras ditas por ele.
Segundo vários médicos, esse comportamento criminoso do chefe do Executivo acaba refletindo na população. De fato, pesquisa divulgada pelo Instituto DataFolha revela que o número de pessoas dispostas a se vacinarem contra o Covid-19 caiu de 89%, na primeira quinzena de agosto, para 73% em dezembro. Nesse mesmo período, cresceu de 9% para 22% o número de brasileiros que declara não querer nenhum imunizante.
A cada declaração dessas, o governo também tenta desviar a atenção dos casos de corrupção que envolvem ele e a sua família. Até hoje, todos se perguntam sobre os R$ 89 mil depositados na conta da primeira-dama pelo assessor Fabrício Queiroz. Já os filhos, entre eles o senador Flávio Bolsonaro, estão cada vez mais atolados no caso das “rachadinhas” e das milícias.
Mesmo assim, nada acontece. Justiça? Durante 30 anos como deputado Federal, o mandato de Jair Bolsonaro sempre esteve a serviço da ditadura militar. Hoje, a presença dos militares no seu governo é um bom exemplo. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), quase 10 mil oficiais exercem funções civis no governo Federal. Vale lembrar que um general ao ir para a reserva com um salário em torno de R$ 25 mil, recebe o mesmo valor ao integrar o governo.
Enquanto isso, este mesmo governo suspendeu o pagamento do auxílio emergencial para os mais pobres. É importante lembrar que, inicialmente, Bolsonaro queria pagar apenas R$ 200 reais. Graças ao trabalho dos partidos de oposição, esse valor foi ampliado para R$ 600.
Para o governo, a pandemia nunca existiu.
“E daí?”.
“Eu não sou coveiro”.
*Anderson Pereira é jornalista.
Obs: Os artigos não refletem, necessariamente, a opinião da CTB.