São Paulo – O Brasil superou 7,5 milhões de casos oficiais de infectados pela covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Nas últimas 24 horas, foram somadas 20.548 novos contágios, totalizando 7.504.933 desde o início do surto no país, em março. Já o número de mortos no período foi de 431. De acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), são 191.570 vítimas.
Os números devem ser maiores, já que existe uma subnotificação denunciada por cientistas e reconhecida por autoridades. Isso porque o Brasil é um dos países que menos testa sua população para a covid-19. De acordo com dados da PNAD Covid, que contabiliza dados até novembro, 28,6 milhões de brasileiros já realizaram algum exame para confirmar a doença. O estudo revela que, ao invés de elevar a capacidade de testagem, o Brasil testa menos mês a mês.
Considerando dados gerais, a falta de controle por parte do governo do Brasil, e a consequente proliferação de infectados pela covid-19, levou a um aumento de 24% na expectativa de mortes projetadas para o ano no país. A letalidade supera as médias de anos anteriores. Eram esperadas 828.395 mortes para o ano e foram registradas, de acordo com último levantamento do Conass, 1.023.512.
Os dados são condizentes com o balanço de mortes, mas deve-se levar em conta uma série de fatores. Por exemplo, com menor circulação de pessoas nas ruas, há menos mortes no trânsito. Mas a pandemia de covid-19, por lotar hospitais, leva a um grande número de mortes indiretas de pessoas por falta assistência médica em momentos de colapso dos sistemas de saúde.
Fim de ano
Enquanto o Brasil segue para o fim do ano como o segundo com mais mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, aglomerações seguem constantes. Profissionais de saúde têm condição de trabalho próxima da exaustão, enquanto parte da população segue propagando o vírus com grande velocidade. O receio é de que 2021 comece com um grande problema fruto das festas do período.
“Sinceramente, em vez de pensar em evitar o estresse de se indispor com um parente, devíamos estar pensando em como evitar o colapso do sistema de saúde, e o estresse dos enfermeiros, médicos, profissionais de saúde que não precisam se preocupar com o tiozão do pavê”, resume a microbiologista Natalia Pasternak.
Fonte: Rede Brasil Atual