Inabalável. Esta é a definição do lucro dos cinco maiores bancos do país em meio à crise sanitária. O Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander lucraram R$ 53,383 bilhões nos nove primeiros meses de 2020. Se não fosse a alta do provisionamento para o risco de créditos de liquidação duvidosa (as PDDs), a lucratividade teria sido bem maior.
O aumento das despesas com PDD foi de 44,7% na média dos cinco bancos, mesmo com a taxa de inadimplência baixa e em queda. Apesar das manobras, o lucro das empresas representa quase a metade (43%) de todo o orçamento federal de recursos para a Saúde e 89% do valor previsto para o Benefício de Prestação Continuada.
De janeiro a setembro, a Caixa obteve um lucro de R$ 7,5 bilhões, o do Itaú foi de R$ 13,1 bilhões, no Bradesco, o lucro totalizou, aproximadamente, R$ 12,7 bilhões. Já o BB lucrou R$ 10,2 bilhões no período e o Santander alcançou R$ 9,9 bilhões. Só de ativos, os cinco totalizaram R$ 7,93 trilhões. Uma alta média de 17,9% em relação a setembro de 2019.
Mas, os bancos não pegam leve com os clientes, que sofrem com filas enormes pela falta de pessoal nas agências e serviço precário. Para se ter ideia, as receitas com prestação de serviços e tarifas chegaram R$ 100,4 bilhões nos nove primeiros meses do ano. Além disso, os cinco bancos juntos fecharam 9.499 postos de trabalho em 12 meses.
Apesar de terem firmado acordo com o Comando Nacional dos Bancários de não demitir enquanto durar a pandemia, já ultrapassam os 12 mil os desligamentos na categoria em 2020. Para piorar, fecharam 1.059 agências no país em um ano. O Bradesco fechou 772 unidades, entre setembro de 2019 e setembro deste ano, o Santander 149, Itaú 203 e a Caixa duas unidades. O BB é o único com saldo positivo, com 67 abertas.
Fonte: Sindicato dos Bancários da Bahia
Foto: TVB
