Por Altamiro Borges
Em postagem no UOL na quinta-feira (26), Ricardo Feltrin revelou que o tucano Bruno Covas procurou os chefões da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) “para pedir apoio contra Guilherme Boulos na eleição de domingo (Celso Russomanno, candidato da igreja derrotado no 1º turno, já deu aval ao atual prefeito)”.
O jornalista não informou se algo pecaminoso foi negociado, mas lembrou que a Iurd “está recorrendo de uma multa de R$ 50 milhões da Prefeitura de São Paulo, devido a supostos problemas de contaminação em área da igreja onde foi construído o Templo de Salomão”.O processo é de 2015 e foi aberto durante o governo de Fernando Haddad (PT), mas a Universal entrou com recurso pedindo a anulação da multa. “No recurso judicial, a igreja fundada pelo bispo Edir Macedo (dono da ‘holding’ que engloba a TV Record) considera a multa ‘descabida'” e nega qualquer irregularidade.
As negociações com Bruno Covas
A prefeitura apontou que um poço artesiano do qual é extraída água servida a fiéis teria valores expressivos de contaminação por chumbo. O processo, que tem quase mil páginas, tramitou nos últimos cinco anos e já passou por mais dois prefeitos, além de Haddad: os tucanos João Doria e Bruno Covas.
Como lembra de forma irônica o colunista do UOL, “o Templo de Salomão foi construído ao longo de quatro anos (entre 2010 e 2014). A inauguração aconteceu em julho de 2014 e teve a presença da então presidente da República, Dilma Rousseff. O ano seguinte – ano em que é lavrada a multa – coincide com o fim do apoio de Edir Macedo ao governo Dilma, que acabou sofrendo impeachment em 2016”.
Será que agora, com Bruno Covas reeleito prefeito, as negociações vão avançar? A turma da Iurd, com seu senso de oportunidade – para não dizer de oportunismo – joga pesado nas suas relações com o poder.
Fonte: Blog do Miro