O ex-ministro Miguel Rossetto (PT), vice na chapa encabeçada por Manuela D´Avila, concedeu uma entrevista virtual a jornalistas convidados pelo Barão do Itararé nesta quarta-feira (25)
A exemplo de São Paulo, as forças progressistas vivem hoje um clima de esperança e otimismo em Porto Alegre. A capital gaúcha emite sinais de que pode propiciar o espetáculo de uma virada à esquerda no próximo domingo, quando ocorre o segundo turno do pleito para a Prefeitura. A pesquisa mais recente sobre as intenções de voto na cidade indica crescimento de Manuela em contraste com o recuo de seu rival, Sebastião Melo (MDB), embora este ainda continue na dianteira (49% contra 42% no Ibope).
Rossetto afirma que a vitória da candidatura do PCdoB e PT vai resultar num governo comprometido com as causas da classe trabalhadora e do povo, que vai enfrentar com outro espírito e métodos as carências e problemas sociais que se acumularam ao longo dos últimos anos na sequência do golpe de Estado de 2016.
O sindicalismo e os movimentos sociais, desprezados e criminalizados pelos governos de direita e extrema direita, terão voz e serão tratados como parceiros na nova administração se a chapa da qual é vice vencer.
Combate ao desemprego
O político gaúcho promete prioridade para medidas contra o desemprego e a miséria, a inclusão das periferias, o enfrentamento do déficit habitacional e a brutal concentração da renda. A agenda de privatizações será bloqueada e revertida, o governo terá protagonismo e papel ativo no processo de desenvolvimento da cidade.
Ele também sublinhou o compromisso de combater a discriminação, lembrando o recente assassinato de um negro por seguranças da multinacional Carrefour em Belo Horizonte e a raivosa campanha contra as mulheres configurada nas mentiras e calúnias contra a candidata Manuela.
Investimentos públicos
A crise sanitária e econômica gerou uma conjuntura sombria na capital gaúcha. Com cerca de 1,5 milhão de habitantes Porto Alegre computa quase 30 mil empregos perdidos nos últimos meses, 240 mil (25% dos habitantes) sobrevivendo à base do auxílio emergencial (que teve seu valor reduzido a R$ 300,00), 150 mil trabalhadores e trabalhadoras informais com contrato de trabalho suspenso e, nas periferias, 85% dos alunos e alunas sem acesso ao ensino à distância. “É preciso recuperar os investimentos públicos para mudar esta realidade”, constatou o ex-ministro.
O quadro de misérias certamente contribui, ao lado da pandemia e outros fatores, para explicar o número recorde de abstenções, votos nulos e brancos no primeiro turno do pleito. 44% dos eleitores e eleitoras não participaram da escolha. Um eleitorado potencial que pode ser decisivo no segundo turno.
Ventos à esquerda
Rossetto relacionou os ventos favoráveis que parecem soprar para as forças progressistas no segundo turno em várias capitais do país aos acontecimentos políticos recentes que revolveram o continente como a vitória do MAS na Bolívia, a aprovação da Constituinte com paridade de gênero no Chile, a vitória da Frente Ampla em Montevidéu e a derrota de Donald Trump nos EUA.
“Temos uma abertura maior para a esquerda”, analisou, salientando que nas eleições brasileiras, embora o DEM e outras legendas de direita tenham saído vitoriosos, “o bolsonarismo foi derrotado” e as forças progressistas tendem a sair fortalecidas do segundo turno.
Miguel Rossetto está confiante na virada e estimulado com a unidade das forças de esquerda em apoio a Manuela – que reuniu Lula, Ciro, Dino e Marina na campanha. O ânimo crescente da militância, que está nas ruas e nas redes contra a indústria de Fake News montada pela direita, aumenta a aposta na vitória.
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