Em São Paulo, total de abstenções quase empatou com soma de votos de Covas e Boulos
Por Vitor Nuzzi, da RBA
O nível de abstenção no primeiro turno das eleições municipais de 2020 manteve tendência de alta, com o impulso adicional da pandemia de coronavírus. O número deste ano foi o maior em duas décadas. Mais de 34,1 milhões de eleitores, de um total de 147 milhões, não foram as urnas, 23,15% do total. Em vários locais, a abstenção ficou acima de 30%. Somada com votos em branco e nulos, o total do país foi de 30,6%, acima de 2016 (27,8%). Assim, mais de 45 milhões de brasileiros não foram votar ou não escolheram ninguém.
Além disso, em muitos casos a abstenção superou os votos dos vencedores. No maior colégio eleitoral do país, São Paulo, por pouco a abstenção não supera a soma dos votos recebidos pelos dois candidatos que passaram ao segundo turno. Chegou a 2.632.587 (29,3%), ante 1.754.013 votos dados a Bruno Covas (PSDB) e 1.080.736 recebidos por Guilherme Boulos (Psol). O total de votos em branco (373.037) e nulos (642.277) superou 1 milhão.
Em Porto Alegre, a abstenção também ficou em “primeiro lugar”. Superou os 30% (33,08%). Foram 358.217 abstenções. Sebastião Melo (MDB) recebeu 200.280 votos e Manuela D´Ávila (PCdoB), 187.262. Votos em branco somaram 5,06% e nulos, 5,81%.
No Rio de Janeiro, quase 1,6 milhão de eleitores (1.590.876) não foram às urnas (32,8% de abstenção). Muito mais que os 974.804 votos recebidos por Eduardo Paes (DEM). E quase o triplo dos 576.825 obtidos por Marcelo Crivella (Republicanos).
Em cidades que resolveram a disputa no primeiro turno destas eleições 2020, a taxa de abstenção foi um pouco menor. Por exemplo, em Salvador, onde Bruno Reis (DEM) ganhou com 779.408 votos, as abstenções somaram 501.992 (26,46%). E em Belo Horizonte, o vitorioso Kalil (PSD) recebeu 784.307, ante 550.633 faltas (28,34%).