Inconformada com a retumbante vitória de Luiz Arce e do MAS nas eleições realizadas em 18 de outubro, a direita golpista da Bolívia apela ao terrorismo e outras iniciativas desesperadas para frustrar a vontade popular emanada das urnas. O governo, formado por cúmplices na empreitada golpista contra Evo Morales orientada pelos EUA e a OEA, nada faz e as lideranças políticas e sociais que ganharam a eleição mobilizam o povo em defesa da democracia.
O atentado frustrado contra o presidente eleito da Bolívia, Luis Arce, mantém, nesta sexta-feira (6), em estado de alerta o Movimento ao Socialismo (MAS), a Central Obrera Boliviana (COB) e outras organizações, poucos dias antes da posse do presidente eleito. Informações do Facebook oficial do MAS relatam que os criminosos não lograram ferir pessoas no local ou causar danos ao imóvel.
Dirigentes do MAS anunciam vigília popular a partir deste sábado
O porta-voz do MAS, Sebastián Michel, denunciou que um grupo de pessoas detonou dinamite em frente à sede de campanha da organização em La Paz na noite de quinta-feira.
Arce estava dentro do local no momento da explosão, disse Michel, que declarou à emissora Red Uno que a polícia está investigando para identificar os autores do atentado.
O porta-voz registrou que nenhuma autoridade do governo de fato se pronunciou sobre o assunto e denunciou a falta de proteção e garantias ao presidente eleito. Ele reiterou que Arce não permitirá nenhum grupo armado irregular na Bolívia, nem o uso de armas.
O ex-presidente boliviano, Evo Morales, condenou a ação por meio do Twitter. Ele disse que “grupos tentam gerar um clima de confusão e violência” no país, mas seu partido não cairá em “nenhuma provocação”.
Por sua vez, a COB declarou-se em alerta de emergência diante de possíveis confrontos impulsionados por setores que desconhecem a vitória do MAS nas eleições de 18 de outubro.
Em coletiva realizada nesta manhã, dirigentes do MAS anunciaram que a cidade de La Paz será blindada por cidadãos vindos de todos os lugares do país e por mineiros da COB, que se concentrarão em vigília a partir deste sábado (7), na Plaza Murillo. Informou-se também que será organizada uma grande manifestação para “uma recepção à altura” de Evo Morales, cujo retorno à Bolívia está previsto para os próximos dias.
Não ofendam o povo, chega de discriminação e racismo, aceite sua derrota, frisou o secretário-geral da COB, Juan Carlos Huarachi, referindo-se à greve convocada por grupos do departamento de Santa Cruz que exigem uma auditoria nas eleições.
Alguns setores dos departamentos de Cochabamba e La Paz reivindicam o mesmo e até pedem a renúncia do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Salvador Romero.
No entanto, Romero rejeitou o pedido na quinta-feira e disse que resta apenas consumar a transferência do comando presidencial marcada para o próximo 8 de novembro.
No dia 23 de outubro, o TSE oficializou a vitória no primeiro turno do MAS com 55,18% dos votos contra o candidato da aliança Comunidade Cidadã, Carlos Mesa, que obteve 28,89%.
Com informações do Vermelho