Procurador aposentado da operação que feriu a democracia e abriu caminho à ascensão da extrema-direita no País, Carlos Fernando dos Santos Lima criticou “a politização de uma crise de saúde pública que, até agora, levou mais de 150 mil brasileiros”. “Bolsonaro transcende qualquer definição de inadequação ou irresponsabilidade. Fora Bolsonaro!”, disse
Em artigo publicado nesta sexta-feira (23) no portal Uol, o procurador aposentado da Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima pediu o afastamento de Jair Bolsonaro e disse que a gota d’água para o seu desabafo foi “a politização de uma crise de saúde pública que, até agora, levou mais de 150 mil brasileiros”.
“Não podemos mais aceitar o que acontece”, afirmou.”A saída de Bolsonaro do poder é uma obrigação moral. Seja pela sua não reeleição ou, a via mais urgente, pelo impeachment, que existe para dar uma solução para situações em que haja um crime de responsabilidade. E deixar que brasileiros morram por opção política é sim suficiente para isso”, continuou.
De acordo com o procurador, “se corrupção mata, falta de caráter e irresponsabilidade matam também. É mais que hora de dizermos não a essa ideologização da saúde pública”.
“Vacinas não têm ideologia, não têm partido político ou pertencem a alguém. Seja qual for sua origem, desde que aprovada segundo critérios científicos e os procedimentos adequados, ela deve ser aplicada. Precisamos de mais de 400 milhões de doses. O mundo lutará por poucos milhões quando serão necessárias bilhões de doses. Não se pode desprezar qualquer vacina com eficácia e segurança comprovada. Pouco importará para quem for salvo qual foi sua origem”, acrescentou.
“É preciso revolta e indignação, por muito menos brasileiros foram às ruas em 2013. Foi triste ver imagens de tentativas de invasão do Congresso Nacional ou do Itamaraty, mas foi ali que iniciou a percepção de que havia algo de muito podre no Brasil”, disse. “Bolsonaro transcende qualquer definição de inadequação ou irresponsabilidade. Fora Bolsonaro!”.
Fonte: 247