Dr. Tarcísio Pinheiro – UFMG (Arquivo Pessoal)
Por Anderson Pereira
Garantir a saúde do trabalhador é uma das atribuições do Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso, o SUS conta com uma extensa rede de atendimento, prevenção, reabilitação e vigilância sanitária presente em todo o país.
Nesta quarta matéria da série “Todos pelo SUS”, o tema abordado é “Vigilância em Saúde”. O entrevistado é o médico e professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Tarcísio Pinheiro.
Conforme o Ministério da Saúde, “a Vigilância em Saúde é responsável por ações de vigilância, prevenção e controle de doenças transmissíveis, pela vigilância de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, saúde ambiental e do trabalhador e também pela análise de situação de saúde da população brasileira”.
Um dos exemplos desse alcance do SUS são os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest). O “Cerest, além de atender diretamente o trabalhador, serve como uma fonte geradora de conhecimento, ou seja, tem condição de indicar se as doenças ou os sintomas das pessoas atendidas estão relacionados com as atividades que elas exercem, na região onde se encontram. Esses dados podem ser de extrema valia para as negociações feitas pelos sindicatos e também para a formulação de políticas públicas”, destaca o MS.
Vale lembrar também as Comissões Intersetoriais de Saúde do Trabalhador (CIST). Suas atribuições são: “elaboração de Normas Técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador; participar da formulação e na implementação das políticas relativas às condições e aos ambientes de trabalho; participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos ambientes de trabalho”, esclarece o Conselho Nacional de Saúde (CNS).
O SUS é de todos nós
“Defender o SUS é cada vez mais urgente, sobretudo neste momento de pandemia causada pelo novo coronavírus”, afirma o médico e professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Tarcísio Pinheiro.
Ele lembra que o SUS está presente na vida de todos os brasileiros, pois, além de oferecer atendimento médico gratuito para 75% da população, ainda realiza inspeções sanitárias em milhares de estabelecimentos que comercializam alimentos.
“O trabalhador é parte do SUS e por isso precisamos defendê-lo. Ao mesmo tempo, é importante participar das discussões que afetam o seu financiamento. Os Conselhos de Saúde são espaços de excelência para essa participação dos trabalhadores, dos sindicatos e associações”, lembra Pinheiro.
O Brasil é o único país do mundo com amplo sistema público de saúde. Nos EUA, por exemplo, a população precisa pagar para ser atendida.
Nesta quinta-feira, o youtuber e influencer Felipe Neto expressou sua revolta após ter pagado o equivale a R$ 17 mil por consultas médicas nos Estados Unidos. Segundo ele, a consulta durou apenas cinco minutos, conforme noticiou o jornal O Tempo.
“Ano passado fiquei doente nos EUA e fui ao hospital. O médico me atendeu por cinco minutos e me passou anti-inflamatório. Me cobraram US$ 800 (o equivalente a R$ 4,5 mil reais)! Paguei!. Estados Unidos é uma vergonha quando se trata de saúde pública. Defendam o SUS”, completou o influencer.
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