“Escolas fechadas não são vidas preservadas” é a senha para o novo ataque perpetrado pelo Governador do Estado do Rio Grande do Sul contra a Educação, os Educadores, os Educandos e suas famílias. Diante de tal manifestação, nos resta refrescar a memória do Governador usando suas próprias palavras: “Lamentamos sua ignorância e desprezo pela vida”
Entre o horror e a indignação do qual fomos tomados após sua declaração, cabe pontuar os fatos:
- A fala do Governador foi um ataque direto a bem sucedida campanha e mobilização feita pelo Cpers-Sindicato em defesa da manutenção do fechamento das escolas como única medida realmente eficaz de impedir o contágio, adoecimento e morte causados pelo Corona Vírus e pela COVID19;
- A frase se alinha em pensamento e ato ao discurso do Presidente Jair Bolsonaro que, na semana passada, atacou educadores e sindicatos com mentiras do tipo “os professores não querem trabalhar” e “o ano letivo pode ser perdido”, ignorando propositalmente as resoluções do CNE, as medidas do próprio MEC e os esforços de milhões de educadores e estudantes em garantir o aprendizado e a validação do ano letivo através da modalidade de Educação Remota;
- A proposta de reabertura parcial implicará em regime detrabalho dobrado para professores (que atenderão alunos nas duas modalidades – presencial e remota – o que é inviável considerando que é comum termos profissionais com carga horária superior a 40 horas);
- A solicitação de assinatura de termo de responsabilidade por parte de pais ou responsáveis é flagrante prova de que as escolas não são seguras para a frequência regular de profissionais da educação e educandos. Aliás, se fosse assim, quem deveria assinar qualquer termo é o Governador, assumindo total responsabilização por casos de doença e morte;
- Pressionado pelas escolas da rede privada e sua representação patronal, Leite já havia afrouxado o decreto que mantinha as escolas fechadas, permitindo sua reabertura gradual a partir de 8 de setembro;
- Na mesma linha, tentou se desresponsabilizar e passar a decisão de retomada das aulas presenciais nas redes municipais para os prefeitos, no qual viu seus intentos frustrados, seja pela não adesão a essa política, seja pelo fato de que diversos municípios e associações de municípios tem determinado o não retorno das aulas para esse ano;
- O Governador que, outrora, se notabilizou pela postura de defesa da ciência e práticas em conformidade ao que indicavam os órgãos de saúde e epidemiologia, dá uma guinada rumo ao negacionismo e a demagogia;
- Suspeita-se que o mau desempenho de seus correligionários de partido nas pesquisas eleitorais tenha influenciado essa postura, levando-o a flertar com o discurso e a mentalidade da parcela extremista e fundamentalista da sociedade em busca de simpatias, apoios e votos, numa clara manobra eleitoreira;
- Por fim, cabe questionar a lógica dos propósitos governistas: fecharam-se escolas quando os números de contaminação e óbito eram mínimos e agora com milhares de casos registrados e mais de 4.500 óbitos, em meio a uma curva que achatou no pico, qual a razão do afogadilho e atropelo?
A CTB Educação RS repudia com veemência e rigor as declarações e intenções do Governador Eduardo Leite, convoca a caregoria, os estudantes, os trabalhadores e trabalhadoras,as famílias, enfim, a sociedade em geral a dizer um NÃO a essa medida criminosa e genocida, reivindicando a retirada do decreto de retomada do funcionamento das escolas e exigindo que o cuidado com a Vida seja prioridade máxima e real.
Governador Leite, ao contrário de sua fala infeliz, reafirmamos junto com o Cpers-Sindicato, onde temos presença e atuação, que “Escolas Fechadas SÃO SIM Vidas Preservadas”.
CTB EDUCAÇÃO RS