Por Emma Thomasson
BERLIM (Reuters) – A Volkswagen vai pagar cerca de 36 milhões de reais em indenizações a mais de 60 ex-funcionários perseguidos durante a ditadura militar no Brasil entre 1964 e 1985, informou a mídia alemã nesta quarta-feira.
A montadora deve assinar o acordo em São Paulo na quinta-feira, de acordo com reportagem das emissoras alemãs NDR, SWR e do jornal Sueddeutsche Zeitung. A Volkswagen não estava imediatamente disponível para comentar.
Uma comissão nomeada pelo governo que investiga abusos durante a ditadura no Brasil encontrou evidências de que empresas como a Volkswagen secretamente ajudaram os militares a identificar suspeitos “subversivos” e ativistas sindicais em suas folhas de pagamento.
Muitos dos trabalhadores foram demitidos, detidos ou assediados pela polícia e não conseguiram encontrar novos empregos durante anos, segundo uma investigação da Reuters de 2014.
A reportagem da mídia alemã disse que a subsidiária brasileira da Volkswagen pagaria uma grande parte da compensação a uma associação de ex-funcionários e seus dependentes sobreviventes.
O historiador Christopher Kopper da Universidade de Bielefeld, que foi contratado pela montadora alemã para examinar o caso, disse que o acordo de quinta-feira será histórico.
“Seria a primeira vez que uma empresa alemã aceitaria a responsabilidade por violações de direitos humanos contra seus próprios trabalhadores por eventos que aconteceram após o fim do nazismo”, disse ele aos veículos NDR, SWR e SZ.
Fonte: Reuters Staff
foto: 30/11/2018 REUTERS/Nacho Doce