Por Adilson Araújo, presidente da CTB
A imagem do Brasil no mundo foi mais uma vez manchada pelo presidente Jair Bolsonaro. Em discurso na abertura da assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) na manhã desta terça-feira (22) o líder da extrema direita brasileira mentiu de forma descarada e abusou do cinismo.
Entre as mentiras que proferiu mereceu destaque nas mídias sociais a afirmação de que concedeu o equivalente a US$ 1 mil a cada beneficiário do auxílio emergencial. Em reais seriam R$ 5.466,00 pelo câmbio do dia. O descaramento inspirou muitos memes.
O valor per capita realmente distribuído não chega à metade disto. Cabe neste caso acrescentar que Bolsonaro procura tirar proveito político do auxílio dando a entender que ele é o pai da criança. Ele conta com a ignorância e a crença ingênua em Fake News para vender a narrativa enganosa.
A verdade é que originalmente ele e o ministro Paulo Guedes foram contra a iniciativa e, sob pressão, propuseram míseros R$ 200,00 a título de auxílio. O valor foi aumentado na Câmara dos Deputados principalmente como resultado da ação dos parlamentares de oposição e das centrais sindicais.
O presidente mentiu também quando atribuiu a índios e caboclos a culpa pelos incêndios na Amazônia. Informações provenientes de órgãos do próprio governo indicam que o fogo criminoso que está devastando as florestas brasileiras, provocado por madeireiros inescrupulosos e grileiros, é o fruto da política governamental desastrosa para o meio ambiente.
Bolsonaro quer aparecer como patriota e defensor dos interesses nacionais contra empresas e países que querem se apropriar das nossas riquezas. Nada mais falso e demagógico. No discurso da ONU não poupou elogios ao atual chefe do imperialismo americano, Donald Trump, hostilizou a Venezuela.
Desempenha de cara limpa o vergonhoso papel de lacaio dos EUA. Mas foi solenemente ignorado e tratado como um cachorrinho por Trump, que nem o mencionou em seu discurso. A política externa de Jair Bolsonaro atenta contra a Constituição e segue na contramão dos interesses nacionais. É o antipatriotismo encoberto com bravatas nacionalistas.