Em entrevista ao Fórum Onze e Meia nesta segunda-feira (31), o jornalista Luís Nassif chamou de “grave atentado ao direito à informação” a decisão da 32ª Vara Cível do Rio de Janeiro de tirar do ar uma série de reportagens do Jornal GGN sobre o Banco BTG Pactual.
As matérias, que foram escritas por Nassif e Patricia Faermann, abordam vários contratos suspeitos envolvendo o banco, a começar por um caso que o veículo denunciou em março deste ano: uma licitação da Zona Azul da Prefeitura de São Paulo, vencida pelo banco através da empresa Allpark, que por sua vez pertence ao próprio grupo BTG.
As reportagens do Jornal GGN estão baseadas em investigações que trazem os detalhes da licitação vencida pela Allpark, com diversas restrições que impediam a concorrência de outros interessados.
“Um procurador entrou com ação no Tribunal de Justiça para impedir a licitação e o BTG entrou com ação para tirar as 11 matérias do ar. A alegação é que é uma empresa de capital aberto e as matérias podem prejudicar. As matérias nem arranharam a empresa. Qual a o motivo para vir com essa?”, questionou o jornalista.
“Tirar do Google um conjunto de matérias que explicam a jogada dos bancos e dados públicos… Eles querem impedir isso aí. E Guedes tá fazendo um conjunto de jogos com a área financeira. Você tem uma gama de interesses que o BTG tá de olho e ele quer calar quem tá de olho nele. É um atentado ao direito à informação, um atentado em flagrante”, continua.
Nassif também criticou o que chama de “ativismo de juízes” contra a imprensa. “Eu to com dois bloqueios de conta por ações abusivas. Uma delas foi um juiz evangélico, bolsonarista, que lançou uma condenação de R$ 30 mil. Na mesma semana veio outro, quando enfrentei a Veja. O Estado de exceção é isso aí, Bolsonaro é apenas o desdobramento”, afirma.
Fonte: Revista Fórum