Por Grijalbo Fernandes Coutinho (*)
Existe uma pandemia em curso.
E essa pandemia é agravada com a pandemia da Covid-19.
Trata-se da pandemia antissocial obcecada pela informalidade no mercado de trabalho brasileiro.
Na realidade, sob a matriz dominante financeira, o capital globalmente organizado, por uma série de circunstâncias econômicas e políticas – aqui não avaliadas por conta da brevidade do ensaio – decidiu nas últimas décadas demolir quaisquer limites civilizatórios outrora conquistados pela classe trabalhadora após acirrados processos culturais de luta.
Para enfrentar a deterioração da taxa de lucro e aumentar as riquezas materiais concentradas, o sistema econômico dominante, assim preponderante de forma inconteste nos dois últimos séculos, quer espremer ainda mais a sua fonte de riqueza primordial, intensificando a ação política para diminuir o preço do valor da força de trabalho.
Não é, na essência, a revolução da microeletrônica que sustenta a opulência da sociedade do lucro.
Ledo engano.
A tecnologia sempre foi, desde o princípio do revolucionamento industrial, meio ou mecanismo para promover rasgadas mudanças no processo produtivo, entre tantas outras, acelerar o rebaixamento das condições de trabalho, a supressão de algumas atividades humanas, a divisão sexual do trabalho e o estranhamento do trabalhador em relação à própria tarefa por ele executada, no contexto mais geral.
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(*) Magistrado do Trabalho. Mestre e doutorando em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais-FDUFMG. Presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) no biênio 2003/2005.