Por Railídia Carvalho
Neste sábado (20) a realização da 1ª Plenária Nacional Virtual dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil será um marco nas webconferências sindicais brasileiras. “Tudo leva a crer que essa será a maior plenária reunindo a classe trabalhadora realizada em ambiente virtual”, declarou Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). O público em geral terá acesso ao ato de abertura da plenária, que se inicia às 9h, e ao debate sobre conjuntura nacional, às 10h.
Para assistir a abertura e ao debate sobre conjuntura, com intervenções do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), do ex-candidato à presidência e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) basta acessar o facebook da CTB , o canal do Youtube/TV Classista e também as páginas do facebook de entidades filiadas. Até esta sexta-feira (19) 1.591 inscrições foram realizadas. Desse total 36% são mulheres e 64% são homens. O estado da Bahia teve o maior numero de inscritos, com 307 participantes.
“É um ato inaugural de grande relevância motivado por essa conjuntura imprevisível”, disse Adilson. Ele ressaltou que quando o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, ignora o isolamento social, questiona a ciência, expõe a democracia, ataca os direitos trabalhistas, a classe trabalhadora precisa dar uma resposta. “Tudo isso se soma a essa tragédia que vivemos. Até o próximo domingo podemos chegar a 50 mil mortos no Brasil”.
Ele ressaltou que são exatamente os trabalhadores e as trabalhadoras as maiores vítimas dessa combinação entre as ações desastrosas do governo Bolsonaro e os efeito da pandemia. “A classe trabalhadora foi a que mais sentiu, não somente com a perda da vida mas com a perda do emprego, o rebaixamento do salário, a suspensão de contrato”, explicou Adilson. Isso entre os trabalhadores formais porque entre os informais houve uma dizimação do trabalho, observou o sindicalista. “Mais de 90% dos informais perderam seus rendimentos”.
Segundo o dirigente, a plenária vai possibilitar uma leitura mais apurada da realidade dramática do mercado de trabalho no Brasil e das dificuldades que vive o movimento sindical. Ele afirmou que o atual governo, ao mesmo tempo que destrói a ordem social, também quer liquidar a organização dos trabalhadores. “Os sindicatos são essenciais e fundamentais na construção da sociedade, na defesa da democracia e de um projeto nacional de desenvolvimento”.
Na opinião de Adilson, a plenária é um esforço do movimento sindical para evitar um pós-pandemia de terra arrasada. “Está claro que os trabalhadores e trabalhadoras são a força motriz capaz de desenvolver forças produtivas, de transformar a nossa sociedade tudo o que nos devemos fazer é lutar e resistir para que o cenário de pós-pandemia não seja um cenário de desempregados e miseráveis”.
O presidente da CTB defende a necessidade de discutir uma ação que “dê previsibilidade” na defesa da vida, da democracia, do emprego e da renda. “Essa perspectiva está alicerçada na necessidade de a gente discutir protocolos, de disputar orçamento, de reivindicar atenção especial para segurança e saúde”.
“Vamos seguir defendendo o isolamento porque pode vir uma segunda onda de casos que resulte em uma tragédia maior. Mas toda gestão que sinalize normalidade deve exigir, por parte do movimento sindical, posicionamento firme em defesa da saúde, da proteção, dos EPIS, dos equipamentos, da testagem em massa que garanta o meio-ambiente saudável, do transporte humano para que as pessoas não sejam expostas ao vírus”.