Por Anderson Pereira
Sem autorização do Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente (CODEMA), a Companhia Vale do Rio Doce iniciou, nesta quarta-feira (09), uma série de obras no vertedouro da Barragem do Mosquito, localizada na cidade de Catas Altas (MG). A denúncia é do Movimento pela Soberania Popular da Mineração (MAM).
“Essas obras são irregulares. No início deste ano, nós conseguimos, por meio de uma Audiência Pública, um acordo que previa a proteção dessa represa”, ressalta uma das moradoras da comunidade, Sandra Vita, de 46 anos.
A represa, que está localizada a 5 km da cidade de Catas Altas, é a principal área de lazer e pesca das famílias que moram na Comunidade Morro da Água Quente.
Nas imagens feitas pelos moradores, é possível visualizar vários peixes sendo retirados da represa e um grande número de máquinas, entre elas um gerador, e dezenas de trabalhadores.
As obras são para aumentar o nível de profundidade da barragem e, consequentemente, a vazão da água, conforme denúncia dos moradores.
Além do risco de rompimento da represa, as famílias que moram na Comunidade do Morro da Água Quente temem a propagação do coronavírus devido ao grande número de trabalhadores no local.
Cerca de mil pessoas moram na Comunidade Morro da Água Quente.
Omissão
Os moradores ainda denunciam a omissão da prefeitura de Catas Altas. Segundo eles, o prefeito do município, José Alves Parreira (PSDB), ignorou os apelos da comunidade que pede a suspensão imediata das obras.
Diante disso, o Movimento pela Soberania Popular da Mineração (MAM) já encaminhou uma denúncia ao Ministério Público (MP-MG) e ao Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente (CODEMA) de Catas Altas.
A prefeitura de Catas Altas e a Vale foram procuradas, mas não se pronunciaram até o momento.