Por Anderson Pereira
O Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador de Minas Gerais (SPSST-MG) realizou, na manhã desta quinta-feira (04), em Belo Horizonte, uma videoconferência com representantes sindicais, pesquisadores e trabalhadores para discutir a situação da classe trabalhadora nesse contexto de pandemia causada pelo novo coronavírus.
A reunião virtual foi presidida pela psicóloga e assessora de saúde do Sindieletro, Julie Amaral, e contou também com a participação da coordenadora do Fórum, Marta de Freitas. Os participantes destacaram alguns problemas enfrentados por diversas categorias profissionais durante essa pandemia.
Marta de Freitas chamou a atenção para a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os profissionais da saúde. Segundo ela, faltam máscaras, luvas e vestimentas para médicos e enfermeiros, tanto da rede pública como privada.
“Muitos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), por exemplo, utilizam a mesma máscara durante todo o dia, mesmo assim é aquela de pano que, como todos sabem, não é 100%”, afirmou.
A coordenadora também cobrou o pagamento de um piso salarial nacional para os profissionais de enfermagem. “Muitos precisam trabalhar em dois ou até mais hospitais para conseguir um salário justo”, lembrou ela.
A falta de testes de Covid-19 para os médicos e enfermeiros também foi discutida durante a reunião. Os participantes denunciaram que os profissionais da saúde não são testados em massa como deveriam, trabalham em condições precárias e acabam arriscando a suas vidas e dos próprios pacientes.
Os participantes também se mostraram preocupados quanto a flexibilização do comércio em várias cidades de Minas. Segundo eles, este não é o melhor momento para se discutir essas medidas.
Balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) na manhã desta quinta-feira (4) revela que já são mais de 13 mil infectados no Estado e 323 mortes. Minas Gerais também registrou um recorde no número de diagnósticos de Covid-19 em apenas 24 horas: 1.071 novos casos entre terça (02) e quarta (03).
Os debatedores também discutiram a situação de outras categorias profissionais, como dos garis e dos trabalhadores rurais. Novas reuniões para cobrar soluções serão marcadas em breve.
O Fórum reúne representantes sindicais de trabalhadores do setor público e privado, centrais sindicais como a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), pesquisadores e movimentos sociais.
Foto: Adriano Machado/Reuters