Por Marcos Aurélio Ruy
Nunca se falou tanto sobre os profissionais da enfermagem como neste momento. Não à toa. São as enfermeiras e enfermeiros, auxiliares, técnicos e obstetrizes que estão na linha de frente para vencer a pandemia do coronavírus.
Importante então ressaltar as condições de trabalho enfrentadas por esses profissionais que garantem o atendimento à saúde de todo mundo. Porque esta terça-feira (12) é o Dia Internacional da Enfermagem, desde 1965, instituído pelo Conselho Internacional da Enfermagem. Com objetivo de homenagear o aniversário de nascimento de Florence Nightingale, considerada a pioneira na enfermagem como é conhecida atualmente.
Uma justa homenagem para quem trabalhou em guerras para salvar vidas. Para ela, a enfermagem é “a mais bela das artes” porque trata do “corpo vivo” para salvar pessoas.
Além da importante data, 2020 foi decretado o Ano da Enfermagem pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o tema “Enfermeiros: uma voz para liderar – Levando o mundo para a Saúde”. Essa determinação ocorreu inclusive antes do conhecimento da pandemia do novo coronavírus.
Os profissionais da saúde recebem homenagens no mundo inteiro pelo seu trabalho para preservar vidas. Dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) apontam a existência de 2.305.946 profissionais da área, com 80% de auxiliares e técnicos e 20% de enfermeiras e enfermeiros e composta quase 85% de mulheres.
O Cofen destaca ainda que 59,3% das equipes de enfermagem encontram-se no setor público; 31,8% no privado; 14,6% no filantrópico e 8,2% nas atividades de ensino.
No combate à pandemia, o Cofen informa que já recebeu mais de 5 mil reclamações sobre falta de Equipamento de Proteção Individual (EPI). De acordo com o órgão, já são mais de 10 mil profissionais afastados por suspeita de Covid-19 e 88 óbitos causados pela contaminação da doença, até o dia 8 de maio.
“A pandemia desnudou as péssimas condições de trabalho dos profissionais da enfermagem no país”, afirma Elgiane Lago, secretária de Saúde da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Principalmente porque “as profissionais da enfermagem são as pessoas em contato mais direto por mais tempo com os enfermos”, assegura. Portanto, “os equipamentos de proteção são fundamentais para garantir que essas trabalhadoras continuem na linha de frente do combate ao coronavírus”.
Ressaltando que os profissionais da enfermagem “devem estar envolvidos nas formulações de políticas sobre a saúde”, defende Francisca Pereira da Rocha Seixas, secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. Principalmente, porque “os profissionais da enfermagem são os responsáveis diretos pelos cuidados com os doentes”.
A OMS informa a necessidade de pelo menos mais 9 milhões de profissionais da enfermagem e obstetrícia no mundo. “Até porque há concentração de trabalhadoras e trabalhadores nos países mais ricos. No Brasil, por exemplo, a maioria está no Sudeste”, assinala Francisca.
Neste momento de pandemia, Elgiane afirma que “a CTB rende homenagem aos profissionais da enfermagem e se compromete a continuar lutando para as enfermeiras, enfermeiros, auxiliares, técnicas e técnicos e obstetrizes tenham a valorização merecida”.