O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, enviou à Procuradoria-Geral da República uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro por superfaturamento em reembolsos da verba de combustível a que tinha direito enquanto deputado federal. O documento foi enviado pelo advogado criminalista Sidney Duran Gonçalez.
A notícia-crime é baseada em denúncia feita pelo jornalista Lúcio de Castro e publicada no site Agência Sportilight. Segundo a reportagem, o então deputado federal gastou em média R$ 4,1 mil em 11 idas a dois postos de gasolina do Rio de Janeiro entre janeiro de 2009 e fevereiro de 2011.
É mais uma prova de que a bandeira do combate à corrupção, levantada pelo presidente e o bando de tolos que o acompanha, é uma completa farsa. Além do superfaturamento de gasolina, pesam contra o Clã Bolsonaro acusações muito sérias de corrupção, disseminação de mentiras e envolvimento com o crime organizado no Rio de Janeiro.
Como se não bastasse, para enfrentar um provável processo de impeachment ou denúncia da PGR por algum dos muitos crimes de responsabilidade que anda cometendo, Bolsonaro se aliou a políticos como Roberto Jefferson e outros do chamado Centrão, que reúne o que há de pior (e mais corrupto) no atual cenário político nacional.
O gesto do ministro Fux sugere que o humor com o presidente da República no Superior Tribunal Federal não é muito amigável. Não será demais lembrar que o STF foi alvo de uma ameça do filho Eduardo Bolsonaro (“para fechar o STF basta um soldado e um cabo”, foi a frase inesquecível do deputado) e dos Fake News produzidos em massa na internet pelo Clã criminoso. Pelo visto, a paciência se esgotou na Corte.