Por Francisca Rocha
O governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, procura de todas as maneiras se distanciar do presidente Jair Bolsonaro, posando de democrata. Mas a sua veia autoritária, idêntica à de Bolsonaro transpareceu na terça-feira (3), durante a votação, em segundo turno, da reforma da previdência proposta pelo Executivo paulista.
A máscara de Doria caiu rapidinho com a truculência policial sobre os manifestantes pacíficos contra a malfadada reforma que retira muitas conquistas importantes das servidoras e servidores públicos e afeta sobremaneira os docentes.
As mais de 20 mil pessoas presentes em manifestação pacífica, na maioria professoras e professores, foram brutalmente atacadas com gás de pimenta e balas de borracha pelos policias militares, também servidores públicos, com autorização do presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), Cauê Macris, do PSDB como o governador.
Para piorar, o governador teve o desplante de tentar justificar a violência policial taxando os manifestantes como vândalos, destruindo o patrimônio público, mas quem estava presente viu policiais agredindo manifestantes sem nenhum motivo.
A liberdade de manifestação, garantida pela Constituição Federal, foi brutalmente atacada. Dezenas de professoras e professores foram feridos com balas de borracha. Os policiais foram para cima dos manifestantes, causando o tumulto e o resultado do que aconteceu é responsabilidade de quem ordenou esse ataque injustificado. É importante lembrar aos policiais que eles também são servidores públicos, pagos com o imposto de quem trabalha e sustenta este estado.
O recado das professoras e professores presentes na Alesp foi dado. A luta não para contra os desmandos de Doria. Neste domingo (8), lotaremos as ruas de São Paulo em defesa da democracia e dos direitos, contra Bolsonaro e Doria. Quem produz a riqueza da nação e do estado têm o direito de viver com dignidade.
Francisca Rocha é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB-SP).