Segundo o ex-presidente, deposto pelo golpe militar de novembro de 2019, o objetivo final da ditadura de Áñez é a proscrição do seu partido, o Movimento Ao Socialismo.
Na noite desta quinta-feira (20) o TSE (Tribunal Supremo Eleitoral) da Bolívia confirmou aquilo que já se especulava, e anunciou que a candidatura ao Senado do ex-presidente Evo Morales estava impugnada. A decisão foi tomada a partir de denúncia feita por três diferentes partidos de direita bolivianos.
Morales se registrou para competir como representante do departamento de Cochabamba, nas eleições que do dia 3 de maio. Mas, segundo as autoridades eleitorais nomeadas pela ditadura de Jeanine Áñez, ele não cumpria o requisito de residência no país. Vale lembrar que o ex-presidente está sendo perseguido judicialmente pela ditadura, razão pela qual buscou asilo político na Argentina.
Em coletiva realizada logo após o anúncio da sua impugnação, Evo Morales disse que “a decisão do TSE é um golpe contra a democracia”. Em seguida, repetiu a frase em uma mensagem publicada em sua conta de Twitter.
Em seguida, acusou a autoridade eleitoral de buscar, como meta definitiva, a exclusão do seu partido, o MAS (Movimento ao Socialismo), da disputa eleitoral. “Os membros do TSE sabem que eu cumpro com todos os requisitos para ser candidato. O objetivo final é a proscrição do MAS”.
Além de Morales, outros quatro candidatos do MAS tiveram suas candidaturas impugnadas, incluindo a de Diego Pary, que foi chanceler da Bolívia entre 2018 e 2019, e agora também está no asilo na Argentina, junto com Evo – ele se inscreveu como candidato ao Senado pelo departamento de Potosí.
Contudo, o candidato presidencial do MAS, Luis Arce, que também foi denunciado por partidos de direita e corria risco de impugnação, acabou tendo sua candidatura habilitada.