Apesar de restrição aparecer em edital de 2013, o gênero musical já foi rechaçado pelo presidente da Funarte, Dante Mantovani.
Um edital da Funarte (Fundação Nacional das Artes) para promover a reposição de instrumentos de sopro em bandas restringiu a participação para grupos de um gênero musical popular: o rock.
O detalhe passaria despercebido e, na verdade, já foi condição de um edital passado da Funarte, de 2013, que possuía o mesmo objetivo de conceder instrumentos para determinados tipos de banda. No entanto, a figura do novo presidente da Funarte, Dante Mantovani, deixa a situação ao menos irônica.
Isso porque Mantovani tem um vídeo publicado em seu canal do Youtube em que explica, com detalhes, como que bandas de rock foram “planos soviéticos” para espalhar o comunismo pelo mundo.
No vídeo, o presidente da Funarte comenta longamente sobre a Escola de Frankfurt e a relação dos filósofos com a cultura, em especial, a música. Para isso, exemplificou usando a banda inglesa The Beatles. “Eles precisavam destruir as famílias americanas porque elas eram a sustentação do capitalismo”, diz, relacionando os quatro britânicos a um plano da União Soviética de dominação global.
O que cravou a análise de Dante Mantovani, no entanto, foi a associação em escala feita como conclusão de suas ideias: “O rock ativa as drogas, que ativa o sexo, que ativa a indústria do aborto”, comenta.
Segundo o edital deste ano, são elegíveis conjuntos de bandas municipais, bandas sinfônicas e de concerto, bandas filarmônicas, sociedade musical e orquestra de sopro. Serão disponibilizados cerca de 5 milhões de reais para a “ampliação ou reposição do instrumental”.
No edital de 2013, a categoria de orquestras de sopro estava restrita a receber o recurso assim como as bandas de rock, o que caracteriza uma pequena mudança em relação aos parâmetros aplicados pela Funarte.