Ministro teria favorecido políticos e ruralistas do Acre ao mandar suspender a fiscalização numa reserva do estado, que já enfrenta recorde de desmatamento.
Um grupo de acadêmicos, políticos e representantes de movimentos sociais, como Greenpeace, MST e MTST, entrou com representação na Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente do Instituto Chico Mendes, Homero Cerqueira.
A representação diz que Salles favoreceu políticos e ruralistas do Acre ao mandar suspender a fiscalização numa reserva do estado. Em 6 de novembro, o ministro se reuniu com cinco infratores ambientais em Brasília e, cerca de um mês depois, suspendeu a fiscalização dentro da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes.
Em 2019, a Resex perdeu 74,5 km2 de floresta, segundo o sistema Prodes do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), um aumento de 203% em relação a 2018. A área destruída é a maior da série histórica, iniciada em 2008.
Estava na reunião o grileiro Rodrigo Oliveira Santos, autor de uma ameaça de morte contra um servidor do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Ele foi sentenciado em primeira instância pela Justiça Federal e preso em flagrante por desmatamento.