A atriz Regina Duarte, que nesta segunda-feira (20) aceitou o convite de Jair Bolsonaro para um período de “testes” na Secretaria Especial de Cultura, é conhecida pelas suas posições direitistas pelo menos desde a primeira eleição de Lula, em 2002, quando se empenhou numa campanha nacional do “medo” contra o metalúrgico petista.
Admiradora e defensora do presidente neofascista, ela foi uma voz dissonante no meio artístico ao apoiar o fim do Ministério da Cultura e, há pouco mais de uma semana, usou o seu perfil do Instagram contra o Porta dos Fundos.
Apelidada de “namoradinha do Brasil”, agora noiva da extrema direita, Regiona Duarte compartilhou um vídeo do ator bolsonarista Carlos Vereza em que ele justifica o ataque a bomba contra a produtora do grupo humorístico na última véspera de Natal: “Lei do retorno”, diz Vereza.
O ator, inclusive, é um dos nomes cotados para integrar a equipe de Regina Duarte caso a atriz, de fato, assuma a pasta da Cultura.
Noivado
Após conversar com Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (20), no Rio de Janeiro, Regina Duarte afirmou que começa nesta terça (21) um período de testes na Secretaria Especial da Cultura. Ela declarou à coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, que vai “noivar” com o governo.
“Nós vamos noivar, vou ficar noiva, vou lá conhecer onde eu vou habitar, com quem que eu vou conviver, quais são os guarda-chuvas que abrigam a pasta, enfim, a família. Noivo, noivinho. Quero que seja uma gestão para pacificar a relação da classe com o governo. Sou apoiadora deste governo desde sempre e defendo a classe artística desde os 14 anos”, disse.
Regina foi convidada na sexta-feira (17) por Bolsonaro para assumir a pasta. Ela já tinha sido chamada antes, porém não aceitou. A atriz já vinha sendo cortejada por pessoas próximas de Bolsonaro desde o anúncio da demissão de Roberto Alvim, após publicação de um vídeo nazista.
Ao demitir a contragosto o secretário nazista e substituí-lo pela noiva da extrema direita o chefe do Palácio do Planalto procura trocar seis por meia dúzia. A atriz promete pacificar as relações do governo neofascista com os artistas, mas suas posições políticas sugerem que não é a pessoa mais adequada para esta proeza impossível. Afinal, o espírito autoritário do capetão, defensor da tortura e da censura, é inimigo mortal da liberdade de expressão, fundamental ao desenvolvimento das artes.