Jair Bolsonaro declarou nesta sexta-feira (29) que não irá comprar produtos anunciados na Folha de S.Paulo e aconselhou a população a parar de ler o jornal. A afirmação foi feita um dia após o governo federal excluir a Folha de um edital da administração federal para a renovação de assinatura de revistas e jornais.
“Eu não quero ler a Folha mais. E ponto final. E nenhum ministro meu. Recomendo a todos do Brasil que não comprem o jornal Folha de S.Paulo. Até eles aprenderem que tem uma passagem bíblica, a João 8:32”, disse.
O líder da extrema direita, que é também o Rei do Fake News, fez referência à famosa fase: “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
“A imprensa tem a obrigação de publicar a verdade. Só isso. E os anunciantes que anunciam na Folha também. Qualquer anúncio que faz na Folha eu não compro aquele produto e ponto final. Eu quero imprensa livre, independente, mas, acima de tudo, que fale a verdade”, argumentou na saída do Palácio da Alvorada.
Questionado se a medida não configurava um boicote, Bolsonaro afirmou que “deu o seu recado”. Segundo o militar, a medida visa economizar dinheiro, uma vez que o jornal não serviria “nem para forrar o galinheiro”. As informações foram publicadas originalmente no Globo.
É mais um episódio que revela o caráter intolerante e autoritário do atual governo, que não está interessado na verdade, ao contrário do que propaga. Tolera e premia apenas (com recursos do erário) os veículos que rezam pela sua cartilha neofascista temperada com Fake News como Record e SBT.
Aos que ousam criticar a barbárie em curso e promover um jornalismo independente, fundado nos fatos, ele responde com retaliações e ameaças, deixando transparecer sua vocação neofascista, hostil à liberdade de imprensa.