As estatísticas comprovam a realidade de violência contra as mulheres, da qual tomamos conhecimento todos os dias. O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apresenta os seguintes dados: 472 mulheres morrem a cada mês, 15,5 a cada dia e 01 (uma) a cada hora e meia. Destacam-se as maiores taxas de feminicídios (morte de mulheres em razão do seu sexo) nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte.
A pesquisa aponta ainda que os Estados com as maiores taxas são: Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Roraima e Pernambuco. Destaca, ainda, que as mulheres jovens foram as principais vítimas: 31% estavam na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos. Mais da metade dos óbitos (54%) foram de mulheres de 20 a 39 anos.
Estes números também comprovam a relação das mortes com o racismo, pois no Brasil, 61% dos óbitos foram de mulheres negras, maiores vítimas em quase todas as regiões, com exceção do sul. Merece destaque a elevada proporção de óbitos de mulheres negras nas regiões Nordeste (87%), Norte (83%) e Centro-Oeste (68%).
As mulheres e as diversas formas de violência
Se associarmos estes dados a outros, como por exemplo, a cada 02 (dois) segundos uma mulher é estuprada no Brasil; de que o local aonde ocorre o maior numero de morte é no lar, cujo o agressor é o pai, padrasto, companheiro, ou um ex-companheiro, ou seja, alguém próximo da vítima, o que faz com que não denuncie; e de que existem várias formas de agressão tanto físicas como emocional, vamos concluir que esta estatística pode ser muito mais alarmante.
A violência no local de trabalho
O assédio moral e sexual é uma realidade cruel para os(as) trabalhadores(as). Os números de casos aumentam cada vez mais nas Universidades e de maneira geral atinge muito mais as mulheres, principalmente as que ocupam cargos nas empresas terceirizadas.
A cada dia temos mais informações de atitudes machistas, racistas e homofóbicas acontecendo nas universidades.
Lei Maria da Penha não reduziu morte de mulheres por violência
A Lei Maria da Penha, que entrou em vigor em 2006 para combater a violência contra a mulher, não teve impacto no número de mortes por esse tipo de agressão, segundo o estudo “Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil”, divulgado em 2013, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Avaliamos que isto se deve a ausência da implementação total da lei,ainda há muito a ser feito, como garantia das casa abrigos, mais delegacias das mulheres, profissionais especializados, etc. Quantos relatos tomamos conhecimento de mulheres que denunciaram por diversas vezes e terminaram morrendo?
É inquestionável que a existência da Lei é um avanço. Agora é preciso cobrar que seja garantidas no orçamento verbas que garantam de fato sua implementação.
O que fazer para enfrentar todas as formas de violência contra as mulheres trabalhadoras
Lutar contra todas as formas de opressão: machismo, racismo e homofobia é responsabilidade de todas(os). É preciso apoiar aos que sofrem as agressões,discutir, informar e promover ações que fortaleça a luta contra a opressão no seu local de trabalho e em toda a universidade,
A Direção da FASUBRA com as realizações dos Encontros, Seminários e Reuniões para as quais a base é convocada, tem como objetivo orientar que as bases reproduzam em suas Universidades atividades de debates contra a opressão.
Por exemplo: no I Seminário de GLBT realizado no dia 21 de novembro ,discutiu-se a necessidade de que estas atividades façam partes das discussões cotidianas das universidades, pois a luta contra a violência à mulher, o racismo,a homofobia e todas as formas de opressão tem que ser todos os dias.