Lideranças dos movimentos sociais realizam nesta quarta-feira em Brasília uma manifestação em defesa da democracia, do direito das nações à autodeterminação e contra o golpe de Estado na Bolívia, que deixou o país andino à beira da guerra civil. Por trás do golpe estão os Estados Unidos, em aliança com a burguesia e os latifundiários locais.
O golpe tem um caráter profundamente racista, associado a um fanatismo religioso cego e reacionário. É apoiado pelas elites brancas, herdeiras da era colonial, que não fazem questão o ódio e preconceitos atávicos contra os indígenas. Mas é energicamente contestado pelos índios.
Reeleito em outubro para o quarto mandato num pleito legítimo mas contestado pela oposição (como foi a vitória de Dilma Rousseff contra Aécio Neves no Brasil em 2014), Evo Morales é o primeiro índio a conquistar a Presidência na história da Bolívia.
Seu governo antineoliberal nacionalizou empresas estrangeiras, assegurou prosperidade econômica (com taxas médias de crescimento próximas a 5% ao ano, um desempenho bem superior ao dos vizinhos) e promoveu uma sensível redução das desigualdades com a valorização das comunidades nativas e da classe trabalhadora.