Em reunião por videoconferência na segunda-feira (11), a Direção Executiva Nacional da CTB debateu a conjuntura política mundial e nacional e a PEC do deputado Marcelos Ramos (PL-AM), que foi reapresentada na tarde do mesmo dia à Mesa da Câmara Federal, depois de duas tentativas frustradas por falta de assinaturas. A proposta altera o Artigo 8º da Constituição, acaba com a Unicidade Sindical, institui o pluralismo, e é rechaçada pela CTB, Nova Central, CSB, CGTB e FST, que recentemente promoveram um ato no Sindicato dos Metroviários de São Paulo pelo fortalecimento das entidades sindicais e em defesa da unicidade.
Os sindicalistas condenaram o golpe de Estado em curso na Bolívia, manifestaram total solidariedade ao povo boliviano e ao presidente Evo Morales, que foi reeleito em 20 de outubro num pleito legítimo. Defenderam o restabelecimento imediato da democracia e denunciaram a participação dos EUA na empreitada antidemocrática, assim como a posição vassala do governo Bolsonaro, de apoio aos golpistas e vergonhosa submissão à Casa Branca, que também ficou clara na votação contra a resolução que exige o fim do criminoso bloqueio econômico imposto pelo imperialismo a Cuba, aprovada por esmagadora maioria na última quinta-feira (7) pela Assembleia Geral da ONU. Foram 187 votos contra 3, além de duas abstenções. Bolsonaro isolou o Brasil ao lado dos EUA e Israel.
Na abertura da reunião, o presidente da CTB, Adilson Araujo, enfatizou a necessidade de um posicionamento mais enérgico do movimento sindical em resposta à ofensiva reacionária do governo da extrema direita. Se as intenções do governos forem concretizadas, com privatizações, o programa verde amarelo de contratações, o fim da estabilidade e arrocho do funcionalismo, nossas dificuldades serão ainda maiores no futuro”, alertou.
A análise de conjuntura ficou a cargo do jornalista Umberto Martins, que associou a radicalização das lutas políticas na América Latina e outras regiões do mundo à crise da ordem capitalista internacional comandada pelos EUA. “Washington está por trás dos golpes de Estado em Honduras, Paraguai, Brasil e Bolívia, cujo principal resultado foi a reversão das políticas externas soberanas e progressistas, que estavam desenhando um novo arranjo político no continente”.
Nivaldo Santana, secretário de Relações Internacionais da CTB, fez um balanço positivo do ato em defesa dos direitos e pelo fortalecimento do movimento sindical, realizado recentemente em São Paulo, e disse que novas iniciativas estão sendo preparados na luta contra o fim da unicidade e a instituição da pluralidade sindical, que se for aprovada vai dividir e debilitar ainda mais o sindicalismo brasileiro. Entre elas, destaca-se a articulação com parlamentares aliados.