Por Francisca Rocha
No primeiro Dia do Professor – 15 de outubro – sob um governo abertamente fascista, o nosso nome é resistência aos desmandos de um governo que se baseia no não saber, na ignorância, na perseguição às professoras e professores e no corte de investimentos na educação pública, tão essencial para qualquer país que se respeite.
A desvalorização da carreira do magistério ganhou muita força com a posse do governo golpista de Michel temer em 2016 e a implantação do projeto neoliberal de desmonte do Estado e das políticas públicas de combate à pobreza e de incentivos aos estudos.
Com a vitória de Jair Bolsonaro para a Presidência da República foram intensificados os ataques aos docentes sobre todas as formas, através do incentivo à perseguição e à censura aos mestres, além de amplos cortes do orçamento do Ministério da Educação, principalmente das universidades federais e da pesquisa e extensão, prejudicando o desenvolvimento da ciência brasileira.
O congelamento dos investimentos no serviço público por 20 anos instituído pela da Emenda Constitucional 95 inviabiliza o Plano Nacional de Educação e a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto para a melhoria da educação pública.
Isso tudo aliado aos projetos de privatização das escolas de Jair Bolsonaro na Presidência e João Doria no governo de São Paulo, entre outros governadores, cria dificuldades imensas ao exercício da profissão, que deixa de atrair a juventude por causa dos salários baixos, da falta de segurança, da violência e da falta de respeito a que estamos sujeitos diariamente.
O Piso Nacional Salarial dos Professores está em R$ 2.557,74, muito pouco para o tamanho da responsabilidade que temos sob nossos ombros. Pior ainda é saber que um número muito grande de prefeitos e governadores não respeitam nem esse piso.
Além disso, corremos o risco de ficarmos sem o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que pode fazer a situação degringolar ainda mais, já que a maioria dos municípios depende do Fundeb para manter o ensino básico.
A ofensiva conservadora contra a educação pública nos remete ao campo da mobilização e organização para combater as propostas de limitação do saber, assim como se postar na resistência à opressão e repressão às professoras e professores comprometidos com a educação pública, laica, inclusiva, democrática e de qualidade.
Além de parabenizar os mais de 2,5 milhões de profissionais que se dedicam diariamente a transmitir seus conhecimentos para as crianças e jovens e mesmo com baixos salários e infraestrutura ínfima nas escolas resistem nesse ato de amor ao próximo que é a dedicação a tirar as pessoas da escuridão da falta de conhecimento.
Mesmo assim nos dedicamos ao nosso trabalho com muito amor e engajamento na resistência para a construção de um sistema de educação abrangente e democrático, com ampla participação da sociedade, do magistério e da juventude.
Secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB-SP).