É só notícia ruim com o governo Bolsonaro. O ministro da Economia, Paulo Guedes, entregou o jogo e disse que pretende dar ao mercado o controle do FGTS, tirando a exclusividade da Caixa. Com a medida, o governo transfere de mão beijada cerca de R$ 60 bilhões para o sistema financeiro privado.
A intenção é aproveitar a MP (Medida Provisória) que libera os saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para fazer uma grande reformulação. A principal mudança é a “quebra do monopólio da Caixa como operadora do FGTS, permitindo o acesso aos recursos a bancos privados”.
Quer dizer, o governo vai tirar os recursos utilizados para projetos de infraestrutura, saneamento básico e habitação para presentear o mercado. Para se ter ideia, no ano passado, a Caixa destinou R$ 62,3 bilhões em crédito para esses setores.
A população mais carente será a mais atingida mais uma vez. Quem admite é o próprio presidente do banco, Pedro Guimarães. “Nos dez anos do Minha Casa Minha Vida, a participação dos bancos privados é quase inexistente. Essas instituições estão presentes preponderantemente no Sul e no Sudeste, enquanto a Caixa está em 97% dos municípios brasileiros”.
Não é só isso. O governo estuda afrouxar ainda mais a legislação para as empresas, com o fim da multa adicional de 10% paga em caso de demissão sem justa causa. A medida mantém apenas a multa de 40% paga aos trabalhadores desligados de forma imotivada.