Centenas de políticos, acadêmicos, reitores, dirigentes sindicais, jornalistas e artistas argentinos, liderados por Alberto Fernandez, e sua vice na chapa na disputa presidencial, Cristina Kirchner, publicaram nesta terça-feira (20) no jornal Página 12 um abaixo assinado pedindo a liberdade do ex-presidente Lula no Brasil
Intitulado “500 dias de Injustiça” (uma referência ao número de dias em que o ex-presidente está preso injustamente em Curitiba), o documento é subscrito por governadores, senadores e deputados, além de representantes de diversos segmentos da sociedade civil argentina. Durante a campanha para as primárias, que venceu com uma vantagem de 15 pontos para o presidente Mauricio Macri e o cacifou para eleger-se nas eleições de outubro, Fernández visitou Lula na prisão em Curitiba e defendeu sua libertação.
O candidato peronista, junto com Cristina Kirchner, teve uma ampla vantagem nas eleições primárias, que são uma prévia do pleito presiencial de outubro. Embora tenha apelado para medidas que em seu governo podem ser classificadas de demagógicas, na contramão da cartilha neoliberal, Mauricio Macri não vai conseguir contornar a diferença, na opinião da maioria dos analistas políticos.
A mais que provável derrota do neoliberalismo na Argentina está provocando calafrios nas forças de direita e extrema direita. A reação de Jair Bolsonaro, que acenou com a saída do Brasil do Mercosul, é ilustrativa. A queda das bolsas e o rebaixamento da classificação de risco do país pela agência Fitch Ratings são outros sinais do nervosismo das classes dominantes. A vontade do povo argentino há de soar mais forte e alto que os latidos da matilha neoliberal e certamente vai repercutir na conjuntura política brasileira.