Nem mesmo as duas tragédias deste final de semana nos EUA fizeram o “capetão” Jair Bolsonaro fechar sua latrina verborrágica. Diante dos ataques em El Paso (Texas) e em Dayton (Ohio), que resultaram até agora em 32 mortes, o presidente troglodita afirmou que “não é desarmando o povo que você vai evitar isso aí”. Até o genocida Donald Trump, ídolo do servil brasileiro, foi mais cauteloso em suas declarações, criticando o ódio racista – que ele sempre incentivou – e admitindo a possibilidade de maior controle das armas no país.
Os dois tiroteios seguem chocando os estadunidenses. O primeiro aconteceu no sábado em uma loja da rede Walmart em El Paso, cidade habitada por imigrantes latino-americanos, e deixou 22 mortos. O atirador foi preso. Dias antes, ele havia postado um “manifesto” nas redes sociais pregando o ódio racista. Já o segundo ataque ocorreu na madrugada de domingo em frente a um bar em Dayton e resultou em 10 mortos, inclusive do atirador. As duas tragédias ainda deixaram dezenas de feridos.
Diante de mais essa carnificina, que já está virando rotina nos EUA, a sociedade se divide sobre as causas. Como aponta Mayra Cotta, em artigo postado no blog de Leonardo Sakamoto, “os democratas denunciam a evidente escalada da retórica racista, o aumento da participação de homens que abertamente se declaram nacionalistas brancos nestes ataques, e a responsabilidade da National Rifle Association (NRA) por sempre barrar no Congresso qualquer tentativa de regulamentação da venda de armas no país”.
“Do outro lado do espectro político, a resposta-padrão dos republicanos, muitos deles com campanhas financiadas pela NRA, é a manifestação de solidariedade às vítimas dos ataques e o repúdio ao que eles chamam de ‘politização dos tiroteios’. Dizem, então, que é oportunismo político querer discutir mudanças legislativas no calor da violência. São contra a regulamentação da venda de armas porque, segundo o bordão forjado pela NRA, ‘armas não matam pessoas; são pessoas que matam pessoas’. Também não se manifestam sobre o evidente racismo que motiva os ataques e parecem só lembrar da etnia dos atiradores nas raras vezes em que um destes ataques é perpetrado por um muçulmano”.
Nesse embate de visões, o “capetão” Jair Bolsonaro, que bate continência para a bandeira dos EUA, soma-se evidentemente aos armamentistas. Ele adora fazer o gesto da arminha – inclusive ensinando crianças. Ele também não esconde seus preconceitos racistas e sua apologia à morte.