A radicalização da luta política no Brasil, traduzida no golpe de Estado de 2016 seguido da prisão do ex-presidente Lula e eleição de Jair Bolsonaro, evidenciou o papel fundamental de uma boa comunicação com a sociedade para enfrentar o retrocesso em curso e defender a democracia, a soberania nacional e os direitos sociais.
Temas como reforma da Previdência, política externa, regime fiscal, corrupção e Lava Jato, Vaza Jato e liberdade de imprensa, entre outros, são hoje objetos de uma notória e enfurecida guerra ideológica.
A manipulação e deturpação grosseira dos fatos, temperada com a difusão de fake news, tornou-se corriqueira. O bom jornalismo foi escanteado e a mídia hegemônica dissemina para amplas massas uma narrativa enganosa destinada a produzir alienação, despolitização e uma cultura de ódio e preconceitos contra as forças progressistas, visando em particular as lideranças da classe trabalhadora.
Prova cabal deste comportamento podem ser observadas nas coberturas de acontecimentos como o golpe travestido de impeachment contra a ex-presidenta Dilma Rousseff em meados de 2016, a reforma trabalhista, a terceirização irrestrita, a entrega do pré-sal, os abusos e ilegalidades da Lava Jato e do ex-juiz Sergio Moro e a reforma da Previdência, apresentada como remédio para todos os males do Brasil.
Em relação a esses temas não se dá espaço ao contraditório, como recomendam os manuais do bom jornalismo. Domina a lógica do chamado pensamento único, as opiniões (invariavelmente reacionárias) e os interesses das ricas famílias burguesas que monopolizam os grandes meios de comunicação do país.
Os estragos que este trabalho diuturno de desinformação e lavagem cerebral promovem, desviando a luta do povo de seu leito original e ocasionando o crescimento inaudito da extrema direita, não podem continuar sendo menosprezados pelo sindicalismo. Eles explicam em larga medida a divisão política da sociedade e a débil resistência do povo ao brutal retrocesso contra a democracia, a soberania e os direitos sociais.
Para fazer frente a esta ofensiva e disputar corações e mentes na sociedade em geral, mas especialmente no seio da classe trabalhadora, o movimento sindical e as forças progressistas identificadas com os interesses nacionais e populares confrontam-se com o desafio de redobrar os esforços para melhorar a qualidade, a aparência, o conteúdo e o alcance da sua comunicação.
É imbuída por este propósito que a CTB lança nesta quinta (1) sua nova página na internet. Não se trata apenas da mudança do layout. O objetivo maior é consolidar a criação da Rede Nacional de Comunicação da nossa central, potencializando a produção de conteúdos através do trabalho conjunto de jornalistas e colaboradores do sindicalismo classista nos estados, o que é também uma forma de contornar a crise financeira decorrentes da reforma trabalhista, que provocou uma queda substancial nas receitas dos sindicatos e sobretudo das centrais sindicais ao extinguir o chamado Imposto Sindical.
Os profissionais de comunicação das seções estaduais poderão inserir notícias diretamente no site nacional. Após uma etapa de transição e de debate pretendemos viabilizar o sistema de páginas integradas das seções estaduais com a página nacional. O sucesso da empreitada obviamente vai depender do engajamento da militância e, principalmente, dos jornalistas com trabalho associado à CTB nas diferentes regiões.
Os meios e recursos mobilizados pelo movimento sindical e as forças populares neste terreno são infinitamente menores do que os da mídia burguesa hegemônica. É uma situação análoga à luta entre Davi e Golias, mas temos ao nosso lado a verdade dos fatos e a força da consciência e da indignação nesta histórica luta pelos ideais maiores da classe trabalhadora, contra a injustiça e em defesa do bem estar social, do desenvolvimento nacional e de um Brasil justo, soberano e democrático.