Não posso dizer que o jornal agiu de má-fé – pode ter sido apenas enganado – mas hoje apareceu a razão de terem anunciado “uma descoberta gigante” de gás em Sergipe em manchete do estadão de domingo, outrora um monumento semanal da imprensa.
Mostrei aqui que existem as jazidas, que de fato são imensas, mas que há um “pequeno detalhe”: as descobertam já são entendidas como de grande porte desde 2013.
Melhor prova do que tê-lo publicado, inclusive com a numeração dos blocos de exploração, não há.
Então, porque o espalhafato ontem, com a manchete garrafal para dizer que havia sido feito a maior descoberta desde o pré-sal?
Simples, como um anúncio publicitário da intenção de vender boa parte da “maior descoberta”.
É o que está no jornal paulista, hoje. Com mais um lote de imprecisões.
Não foi, como se diz no jornal “apenas neste ano, na divulgação do resultado financeiro do primeiro trimestre” que se soube que havia ali um volume de óleo leve, de excelente qualidade, e, principalmente, gás natural em volume relevante. Declarações oficiais sobre reservas e comercialidade, em exploração de petróleo, ocorrem muito tempo depois de seu conhecimento.
Daa mesma forma não é verdade que apenas no seu último plano de negócios a estatal tenha previsto a contratação de um navio-plataforma com capacidade para 100 mil barris/dia. Esta previsão data de 2014 e não foi em frente por conta dos cortes aplicados aos investimentos da Petrobras como efeito da Lava Jato.
Quem duvidar, aqui está, publicado pelo insuspeito O Globo, em 2014.
Em mais de oito anos de pesquisas, na região, é a Petrobras que detém o mais completo conhecimento geológico da região e, se precisasse de um sócio que, sem exigir o controle das jazidas, aportasse capital para a exploração, porque mandar dizer pelo Estadão que “esse é um projeto de complexidade geológica, a estatal exige que a futura sócia tenha experiência na área, de acordo com a fonte”. E que, “por isso, o esperado é que a venda seja para uma petroleira de grande porte.”
Um empresa como a Petrobras e um jornal como o Estadão não podem se meter em “espertezas” empresariais deste tipo, até porque as empresas do setor estã “carecas de saber” do potencial da bacia sergipana.
Para quê, para dar a impressão de que uma empresa que está estrangulada nos investimentos – só o que faz é vender ativos – continua prospectando e descobrindo gás e óleo como fazia antes?
com informações de tijolaco.net