A quinta-feira (13), véspera da greve geral convocada pelas centrais e os movimentos sociais, foi marcada por várias liminares de juízes que tentam constranger e proibir a paralisação, convocada para esta sexta, 14 de junho. Nada disto intimidou os sindicalistas. Centrais e sindicatos, com o apoio dos estudantes, confirmaram o movimento e intensificaram a mobilização, instalando bancas para coletas de assinatura para o abaixo assinado contra a reforma em vários pontos públicos e realizando panfletagem.
É preciso dizer que, embora muitos tenham capitulado à pressão de patrões e governos, houve quem rejeitasse pedido de liminares para proibir a greve, como o desembagador Jorge Luiz Souto Maior, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas), que criticou a pretensão dos que almejam acabar na prática com o direito de greve.
Com previsão de paralisação do setor de transportes em todas as regiões do país (pelo menos 15 capitais devem ficar sem transportes), a greve geral promete ser uma das maiores, senão a maior, da história da classe trabalhadora brasileira. Transportes urbanos e rodoviários, metroviários e ferroviários, além de parte dos caminhoneiros, decidiram aderir. É um ramo fundamental para o sucesso da greve, um forte sinal de que o Brasil vai parar sexta-feira.
Mas não serão só os trabalhadores e trabalhadoras em transportes. Metalúrgicos, bancários, professores, químicos, padeiros, portuários, petroleiros, urbanitários, vigilantes, pedreiros, jornalistas, servidores públicos e dezenas de outras categorias deliberaram favoravelmente à convocação feita pelas centrais e os movimentos sociais.
Os estudantes estarão ao lado da classe trabalhadora neste dia de luta, que será também temperado com atos e manifestações de massa em pelo menos 170 cidades, apesar da greve dos transportes prejudicar a circulação (“até a pé nós iremos”, afirmou um sindicalista, parodiando Lupiscínio).
Uma ampla campanha de esclarecimento e conscientização das bases foi realizada pelos sindicatos, culminando com a realização de assembleias gerais para deliberar sobre a greve. A mobilização foi reforçada pela greve geral da Educação contra os cortes de verbas no dia 15 de maio, bem como pelas manifestações contra o corte de verbas da Educação (30), convocadas pela UNE.
A greve geral de 24 horas está sendo organizada de forma unitária pela conjunto das centrais sindicais brasileiras: CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central,, Intersindical, CSP-Conlutas, CGTB, CSB e UGT.
Será o primeiro pronunciamento unitário da classe trabalhadora sobre o projeto da dupla Bolsonaro/Guedes. A paralisação vai deixar muito claro o que a grande vítima da reforma de Bolsonaro pensa sobre o tema.