Foi realizada na manhã desta segunda-feira (10) uma plenária no Sindicato dos Condutores de São Paulo com o objetivo de ampliar a mobilização para a greve geral convocada pelas centrais sindicais e os movimentos sociais para a próxima sexta-feira, 14 de junho. Dirigentes das centrais sindicais (CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central, UGT, Intersindical e Conlutas) marcaram presença na reunião, ao lado de lideranças do ramo de transporte que reiteraram a disposição de paralisar ônibus, Metrô e ferrovias.
O presidente da CTB, Adilson Araújo, afirmou que “a greve é uma necessidade, pois o Brasil vive uma situação de verdadeira balbúrdia política e econômica, com carência de investimentos públicos essenciais e desemprego em massa”. Uma conjuntura adversa que ele atribuiu “ao golpe de 2016, que foi feito para impor o retrocesso em toda linha. Estamos presenciando o maior desastre social, político e econômico da nossa história”.
Anfitrião do encontro, o presidente em exercício do Sindicato dos Condutores, Valmir Santana da Paz (o Sorriso), elogiou a unidade do movimento sindical nesta luta e garantiu que a capital paulista “vai parar na sexta-feira”.
“Não temos outra alternativa”, exclamou por seu turno o presidente da UGT, Ricardo Patah, que também defendeu a resposta unificada das centrais para “mudar o rumo”. Já o presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes no estado, Valdir de Souza Pestana, disse que a greve não é de uma ou outra categoria, mas de todos os brasileiros. “Estamos brigando pelo povo brasileiro contra esta política desastrosa de desmonte do movimento sindical e desemprego massivo. A baixada vai parar, vamos parar os ônibus e o porto”.
Wagner Fajardo, coordenador geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, informou que a proposta de greve geral foi aprovada por unanimidade em recente assembleia realizada pela categoria. “Estamos assumindo nossa parte nesta luta. Os setores organizados vão parar, temos de ajudar os que não estão organizados”, complementou.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários e Setor Diferenciado, José Alves do Couto Filho (o Toré), está convencido de que “os transportes vão parar em todo o Brasil”. Juruna, secretário-geral da Força Sindical, afirmou que “a greve vem sendo debatida nos sindicatos desde o 1º de Maio, quando a decisão das centrais foi comunicada. Demos um salto de qualidade agora, em relação a 2017, que foi o debate nas bases”.
Marron, dirigente da CUT, também externou a convicção de que “o Brasil vai parar”. Manoel Rosa, da Intersindical, reforçou: “temos de parar tudo e avisar os deputados e senadores que quem votar a favor da reforma não volta para o Congresso, vai ter o mesmo destino do Rogério Marinho (relator da reforma trabalhista que não conseguiu ser reeleito)”.
“Querem transformar o povo em escravo”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Padeiros e dirigente da UGT, Francisco Pereira de Souza Filho (o Chiquinho), que fez duras críticas à ideologia neoliberal que orienta o governo Bolsonaro.
Os transportes ocupam uma posição estratégica na economia e são considerados pelos sindicalistas como um ramo fundamental para o êxito da greve geral, que com a forte e crescente adesão do setor tende a ser uma das maiores, senão a maior, da história do movimento operário brasileiro.
Umberto Martins