O cenário internacional, quanto aos direitos dos trabalhadores e das forças populares e progressistas, ainda não é promissor. Porém, já estamos sentindo uma brisa, um leve sopro de esperança de reação popular e democrática contra a onda de direita e neofascista que encrudesceu os povos e nações de várias partes do mundo.
Esperança como foi o recente resultado eleitoral da Espanha, a resistência da Venezuela Bolivariana e a possível retomada de Kirchnerismo como alternativa de poder na Argentina. A conferir. Até o Trump, nos EUA, anda meio mal com sua desastrosa política protecionista, comprando brigas contra a China.
Aqui no Brasil, desde a posse do presidente J. Bolsonaro, já encontramos sinais de resistência. A conduta política do atual presidente para dirigir uma grande nação como o Brasil é iníqua. Não tem preparo e não tem projeto para o povo. As forças da elite empresarial e financeira que o apoiou estão receosas com o futuro de seu mandato e já se mexem no sentido de uma possível interrupção do mandato presidencial.
O maior motivo da esperança daqueles que lutam pelo progresso e pelos direitos sociais e trabalhistas foi a recente manifestação do segmento da educação brasileira nas ruas no último dia 15 de maio. Colocamos quase dois milhões de manifestantes nas ruas contra a política de educação de um presidente que tomou posse a menos de 6 meses. Professores, estudantes e trabalhadores entenderam que somente na rua podemos barrar esse desmonte orquestrado pelo presidente e seu desastroso ministro da educação.
O dia 15 de maio foi um sucesso porque contou com a participação massiva daqueles envolvidos na educação e colocou em evidência o projeto de educação que o governo quer para os brasileiros e brasileiras. O 15M conseguiu dialogar com amplos setores da sociedade, ultrapassou o debate corporativo.
O que JB pretende é piorar os já debilitados direitos sociais e trabalhistas. Aprofundar o desastre que foi o governo Temer. Este aprovou a Emenda Constitucional 95, que congelou recursos públicos, e implantou a reforma trabalhista, que enfraqueceu sindicatos e diminuiu direitos dos trabalhadores.
O cenário mudou. Novas lutas estão no horizonte. O movimento estudantil, embalado com o 15M, já convocou para o dia 30 de maio novas jornadas em defesa da educação. O movimento sindical, puxado pelo fórum das centrais sindicais, convocou para o dia 14 de junho a Greve Geral contra a reforma da previdência do governo JB.
Uma grande frente constituída ainda nos anos da resistência do golpe de 2016 contra a presidente Dilma Rousseff, a Frente Brasil Popular – FBP, convoca todos os movimentos sociais de caráter progressista, de defesa dos direitos sociais e trabalhistas, defesa da democracia e de defesa da soberania nacional para unirmos forças nessas duas datas vitais para o fortalecimento da resistência popular e democrática. Unidade e amplitude devem ser as palavras de ordem para as duas grandes mobilizações para o próximo período.
Carlos Rogério de Carvalho Nunes – da CTB Nacional