Mais de 8 mil trabalhadores (as), das empresas de ônibus urbano da cidade de São Paulo, atenderam a convocação do SindMotoristas – SP e compareceram na assembleia decisiva realizada quinta-feira (16/05) no CMTC Clube. Por unanimidade a proposta patronal foi rejeitada e a categoria aprovou greve a partir da zero hora de terça-feira (22/05) que afetará 4 milhões de pessoas.
A intransigência do setor patronal tornou as negociações improdutivas ao longo da semana. Horas antes da assembleia foi apresentada uma contraproposta decepcionante de 4,18% de reajuste nos salários e benefícios; 0% de aumento real e de Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR); Vale Refeição de R$24,00 por dia trabalhado; implantação do banco de horas e duas pegadas; 1 hora de intervalo não remunerado para refeição dentre outras mazelas.
O secretário geral do sindicato Francisco Xavier da Silva (Chiquinho) e o secretário de finanças Valdemir do Santos Soares (Moleque) disseram que os patrões apostam no “Dissídio Coletivo”. E que eles imaginam ser mais fácil conseguir o aval da Justiça do Trabalho na implantação do “Plano Maquiavélico” para aumentar ainda mais seus lucros com a precarização dos direitos trabalhistas.
Valmir Santana da Paz (Sorriso), presidente em exercício, parabenizou todos que atenderam à convocação da entidade no momento crucial e decisivo da Campanha Salarial – 2019. Lamentou que a demora da Prefeitura de São Paulo em tentar mediar uma saída ao impasse provocado pelos empresários possa penalizar os paulistanos com a paralisação.
“Essa assembleia é uma resposta para os patrões que duvidam da nossa força. A unidade é nosso diferencial. Essa categoria, que é forjada na luta, tem que ser respeitada pela sua importância e pelo seu enorme poder de organização”. Disse que os condutores não se curvarão e aceitarão passivamente as propostas absurdas dos patrões. “Nova Lei Trabalhista? Aqui, não!”, finalizou
O clima de revolta e indignação tomou conta da assembleia, quando o deputado federal e presidente licenciado do SindMotoristas, Valdevan Noventa, falou que a última proposta salarial foi rechaçada pelos dirigentes sindicais, mas era importante a posição da categoria sobre as próximas ações.
“Foram meses de negociações sem avanços. Os patrões foram intransigentes e insensíveis aos anseios da categoria, apresentando uma proposta indecorosa, vergonhosa e pitoresca, que além de não atender os pontos econômicos, visa diminuir os direitos já adquiridos. Não aceitamos retrocesso, ou atendem às reivindicações dos trabalhadores ou nenhum ônibus sairá às ruas. São Paulo vai parar”, afirmou Valdevan Noventa.
Antes de encerrar o evento, Noventa informou que vai se reunir com o prefeito Bruno Covas, acompanhado da diretoria do sindicato, nesta segunda-feira (20). “Esperamos que o Poder Público intervenha a favor dos trabalhadores e faça com que os empresários abram mão da sua ganância. Vamos comunicar o prefeito da decisão da nossa categoria. Nenhum ônibus vai andar na cidade de São Paulo até que nossas reivindicações sejam atendidas”, declarou o líder sindical.
Nailton Porreta, secretário de Comunicação da Nova Central