“O que vem por aí é coisa feia, muito feia. Aí não vai ter Exército, não vai ter nada, porque ninguém vai ter combustível”, afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros, José da Fonseca Lopes
Os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis acirrou os ânimos dos caminhoneiros. Em audiência na Comissão de Viação e Transportes nesta quarta-feira (8), o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, confirmou que a categoria entrará em greve, caso Jair Bolsonaro não interfira na Petrobras e reveja a política de reajuste do diesel.
“O que vem por aí é coisa feia, muito feia. Se o governo não se atentar para isso, nós vamos ter um problema muito sério. Aí não vai ter Exército, não vai ter nada, porque ninguém vai ter combustível. Como é que vai fazer? Se acontecer, é para desestabilizar o País. Eu não vou participar disso e não quero isso, mas já estou dando o alerta, como dei da outra vez”, declarou Lopes.
Recentemente, a Petrobras decidiu pela revisão do preço do diesel a cada 15 dias, uma periodicidade considerada curta pelos caminhoneiros autônomos, ainda que até então os valores vinham sendo reajustados em intervalos menores, às vezes diariamente. Um dos pedidos é para que essa revisão ocorra pelo menos a cada três meses, por exemplo, para que motoristas não sejam surpreendidos no meio de uma viagem com o aumento no valor do combustível.
“Não temos condição de negociar preço a cada semana, a cada dia. É mais fácil suportar preços internacionais do que a volatilidade que, esta sim, acaba matando”, afirmou o presidente da Confederação Nacional do Transportes (CNT), Vander Francisco Costa.
O preço médio do diesel nas refinarias hoje é de aproximadamente R$ 2,3 por litro. Em menos de dois anos, o combustível acumulou aumento de quase 70%.
Fonte: Fórum