O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou nesta quarta-feira (1º) a oposição liderada por Juan Guaidó de querer iniciar uma guerra civil na Venezuela. Ele também alertou que os Estados Unidos poderiam ordenar uma invasão militar caso a tensão interna desaguasse num conflito armado.
“Se tivéssemos mandado tanques para os enfrentar, o que teria acontecido? Um massacre entre venezuelanos”, afirmou o presidente.
Essa foi a segunda aparição pública de Maduro desde a escalada das tensões políticas na Venezuela após Guaidó tentar um frustrado golpe militar e bazofiar que tinha apoio militar na terça-feira (30). Houve confrontos entre manifestantes e policiais nos dois dias, que, segundo fontes locais, deixaram mais de 100 feridos e quatro mortos.
Mais cedo, um grupo fez vigília diante do palácio presidencial de Miraflores. A milícia bolivariana também se posicionou perto da sede do governo.
Maduro escreveu uma mensagem sobre o 1º de maio no Twitter na qual afirma que a classe trabalhadora sempre terá nele um presidente “que sempre defenderá seus direitos e revindicações, fazendo frente ao império e seus lacaios, que pretendem tirar nossas conquistas”. “Fracassarão. Nós venceremos!”, afirmou.
Imperialismo americano
John Bolton, assessor especial do governo de Donald Trump, foi quem tramou o “golpe de Estado”, segundo Maduro. Os Estados Unidos convocam países vizinhos, entre eles Colômbia e Brasil, para coordenar a derrubada do regime.
“Quem quiser chegar a Miraflores [palácio presidencial] tem que ganhar eleições, esta é a única forma de chegar à presidência venezuelana. Apenas o povo coloca e tira. Não são as armas que colocarão, jamais, um presidente fantoche na presidência”, disse Maduro.
Grande jornada de consultas
Em seu discurso nesta quarta, Maduro também convocou o povo, e em particular três setores da sociedade, para “uma grande jornada de consultas”, na qual diz estar disposto a ouvir sugestões sobre como lidar com o bloqueio imposto pelos Estados Unidos e como melhorar a vida da população venezuelana.
Para reuniões no próximo fim de semana, ele convocou o Congresso Bolivariano dos Povos, que reúne centenas de organizações, integrantes do Partido Socialista Venezuelano e também governadores e prefeitos de todo o país, a quem pediu que apresentem planos.
“Todos os dias, penso como podemos melhorar, que coisas temos que mudar”, afirmou.