O patronato anda às gargalhadas. Apresentada à opinião pública como uma iniciativa para combater a desigualdade e privilégios, supostos ou imaginários, dos funcionários públicos, a proposta de reforma da Previdência do governo da extrema direita é um pacote de maldades sem fim contra a classe trabalhadora, e especialmente os segmentos mais pobres e vulneráves.
Embora alardeando que os direitos adquiridos serão respeitados, o texto avança contra quem já está aposentado. O trabalhador que já se aposentou perde o direito de indenização no caso de demissão, direito que já adquiriu e possui atualmente. A multa equivale a 40% do FGTS e voltará para o bolso do patrão, caso vingue a proposta indecente e perversa do capetão.
Além disto, o aposentado ou pensionista não terá direito a acumular benefício, o que não atingirá somente aposentadorias de valor elevado, pois vai significar rebaixamento dos benefícios para vários trabalhadores que ganham até 2 ou 3 salários mínimos. É pura maldade.
No caso da multa sobre demissões imotivadas, trata-se obviamente de mais um prêmio aos empresários. A medida não terá impacto maior sobre as contas da Previdência, mas representa mais lucro para os capitalistas. É mais um fato que demonstra o caráter de classes da reforma, que foi feita para atender os interesses das grandes corporações empresariais e tem como objetivo maior a privatização do sistema previdenciário, demandada pelos bancos.
Informações do IBGE dão conta de que 5,2 milhões de aposentados continuavam trabalhando em 2015. Eles fazem isto exclusivamente para complementarem a mixaria que ganham como aposentadoria, que será ainda mais depreciada pela reforma do líder da extrema direita brasileira. São 5,2 milhões de vítimas (pobres, em geral), só neste caso, para benefício de algumas centenas de ricos e poderosos patrões
Bolsonaro, que ganhou a eleição com uma campanha mentirosa e ilusionista, não passa de um pau mandado do imperialismo e um capacho dos grandes capitalistas. Sua vitória representou o coroamento do golpe de Estado de 2016, que foi essencialmente um golpe do capital contra o trabalho.
Umberto Martins