Trabalhadores e trabalhadoras do setor público municipal em greve desde o dia 4 de fevereiro contra a reforma da Previdência do governo Bruno Covas realizam uma nova assembleia unificada nesta terça-feira (19), às 14 horas diante da Prefeitura, para definir os rumos do movimento.
Os grevistas se reuniram pela última vez na sexta (15), debaixo de forte chuva, ocasião em que decidiram manter a paralisação, confrontando a intransigência e o autoritarismo do prefeito tucano, que não quer conversa com os servidores e ameaça cortar os pontos e contratar terceirizados para substituir os grevistas. Dezenas de milhares de trabalhadore e trabalhadoras participaram da reunião, que desaguou numa grande manifestação.
Da Prefeitura, onde foi realizada a assembleia, os servidores seguiram em caminhada pela cidade com palavras de ordem que buscam conscientizar a população sobre a importância da greve – que também tem como finalidade garantir que todos tenham serviços públicos de qualidade –, até a Secretaria Municipal de Saúde, na Praça da República.
Reivindicações
Eles querem a revogação da Lei nº 17.020/2018, que aumenta o desconto previdenciário do funcionalismo de 11% para 14%, e cria a Sampaprev, um fundo de Previdência Complementar, privado. A nova legislação foi aprovada durante as festas de final de ano, em período de férias escolar e desmobilização.
O prefeito julgou que a categoria iria engolir em seco, mas não foi o que ocorreu. A adesão à greve é crescente refletindo um amplo descontentamento e forte indignação das bases. Os trabalhadores também reivindicam valorização dos servidores e dos serviços públicos, nenhum confisco de salários e reajuste geral de 10%.
Solidariedade
O movimento na verdade ganhou maior força após o anúncio da decisão do prefeito de cortar o ponto dos servidores que estão exercendo o direito de greve, garantido pela Constituição Federal a todos os trabalhadores, públicos ou privados, bem como por lei municipal. Todos os dirigentes sindicais que participam unitariamente do movimento criticaram a determinação do prefeito de apontamento de faltas injustificadas dos grevistas.
As centrais sindicais hipotecaram total solidariedade ao movimento grevista, que na opinião do presidente da CTB, Adilson Araújo, “tem uma importância crucial neste momento em que a prioridade da classe trabalhadora e do movimento sindical brasileiro é a luta em defesa da aposentadoria e da Previdência Pública, que Bolsonaro e Guedes querem destruir”.