Um comunicado do governo cubano informa que aeronaves militares norte-americanas, que saíram de bases utilizadas para operações secretas, têm pousado em países vizinhos; chancelaria russa já havia feito o alerta de que “ajuda humanitária” seria disfarce para uma intervenção bélica na Venezuela
As suspeitas de que a “ajuda humanitária” que os Estados Unidos têm oferecido à Venezuela são, na verdade, um plano para uma intervenção militar, têm ficado cada vez mais fortes. Nesta quinta-feira (14), o governo cubano, aliado ao governo de Nicolás Maduro, divulgou um comunicado em que informa que os norte-americanos estão posicionando – em segredo – forças militares em países cada vez mais próximos da Venezuela.
De acordo com Cuba, os Estados Unidos têm usado o pretexto de ajuda humanitária para disfarçar uma intervenção bélica no país, que sofre com a crise econômica e política amplificada por sanções do próprio governo norte-americano. Segundo o comunicado, entre 6 e 10 de fevereiro, “aeronaves militares de transporte voaram para o Aeroporto Rafael Miranda de Porto Rico, para a Base Aérea de San Isidro, na República Dominicana, e para outras ilhas caribenhas localizadas estrategicamente, provavelmente sem o conhecimento dos governos destas nações”.
“Estes voos decolaram de instalações militares americanas a partir das unidades em que as Operações Especiais e do Corpo de Fuzileiros Navais operam, que são usadas para ações sigilosas”, prosseguiu o governo cubano no comunicado oficial.
O mesmo alerta já havia sido feito pela chancelaria russa na semana passada. De acordo com a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, “continuam chegando sinais de Washington sobre a possibilidade de usar a força para derrubar as autoridades legítimas através de uma intervenção militar direta”.
Em entrevista à Fórum, o ex-ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, aventou a mesma possibilidade. “Ajuda humanitária tem que ser feita de acordo com as autoridades do local, senão ela vira uma operação com natureza militar. E isso seria caracterizado como uma intervenção militar vedada pela própria ONU”, pontuou Amorim.
Fonte: Fórum