Os funcionários da companhia aérea estatal Aerolíneas Argentinas entraram em greve geral nesta segunda-feira (26), levando ao cancelamento de todos os seus voos nacionais e internacionais previstos para o dia.
É a segunda paralisação da empresa em menos de um mês. Desta vez, foram cancelados 371 voos, o que vai afetar 40 mil passageiros.
A medida foi tomada após um reunião entre os sindicatos que representam os pilotos, os funcionários de terra e os operadores de torres de controle vinculados à estatal.
Eles querem um aumento acima dos 15% que foi combinado com o governo no começo do ano, quando a cifra representava a previsão de inflação para 2018. O problema é que o índice de preços disparou e a expectativa é que termine o ano em 40%.
A greve também é um protesto contra a suspensão de 376 funcionários que participaram da organização da paralisação anterior.
O presidente Maurício Macri já afirmou que o Estado não tem condições de continuar repassando verba extra à Aerolíneas e que o comando da empresa deve negociar por contra própria com os sindicatos que fazem as reivindicações.
Enquanto o impasse segue, nenhum voo da companhia estará no ar até as 22h desta segunda no horário local (23h de Brasília).
Na manhã desta segunda, nem mesmo os call centers da empresa estavam funcionando para a remarcação de voos. Quem tem viagem programada terá que esperar que a paralisação termine para remarcar seu voo ou faze-lo por meio de outra companhia aérea e depois tentar um reembolso.
A companhia apenas anunciou que “passageiros afetados podem mudar suas passagens e destinos durante um prazo de 30 dias, ou pedir o reembolso total do valor gasto”, segundo afirmou em comunicado.
O conflito ocorre na semana em que Buenos Aires será sede da reunião do G20, podendo afetar a chegada de comitivas e jornalistas estrangeiros —os líderes devem começar a chegar apenas na quarta-feira (28).
Ao final do dia, os sindicatos envolvidos na greve devem se reunir para avaliar o resultado e decidir se mantêm a mobilização ou voltam às atividades. O governo, até agora, não se pronunciou.
Folha de São Paulo