A revolução informacional e seus múltiplos meios da instantaneidade, para além de dar velocidade aos acontecimentos – sejam falsos ou verdadeiros – estabeleceu uma preferência sobre a maioria de seus usuários pela forma e pelo o imediato.
Num contexto de profunda crise global, no qual o desemprego, o desalento, a falta de perspectivas e a crise de representatividade, esse apreço ajuda a criar as condições para o retorno de valores e agendas anticivilizacionais.
A pauta identitária e a comportamental tem ganho relevo frente as indispensáveis discussões sobre programas, sobre quais modelos a sociedade deve viver. A resultante dessa insuficiência é a dispersão de nossa classe. Um ambiente que diminui o foco necessário contra o ultra liberalismo comandado pelo sistema financeiro que dá ordens em escala global.
O Brasil desde junho de 2013 foi introduzido nesse ambiente. Aquelas condições foram impulsionadas e fizeram com que um golpe parlamentar-jurídico-midiático ocorresse desavergonhadamente contra o nosso relativo estado democrático de direito.
Os meios utilizados para este objetivo e as suas consequências jogaram o país numa de suas piores crises econômicas, políticas e sociais. Dentro desses mecanismos, o perigoso jogo de deslegitimar a política criou uma circunstância para o autoritarismo e o oportunismo. Agora o que deveria ter sido uma peça funcional e temporária para aquela trama tomou o comando. Jair Bolsonaro, portanto, é o rebento deles desde então.
Típico das ofensivas fascistas sobre os povos, eles utilizam-se de uma palavra de ordem, um tema que possa ser explorado e desencadear uma adesão popular.
Maltratados e, por conseguinte, mal enfrentados, a insegurança dos cidadãos, juntamente com a corrupção, foram os catalizadores dessa ofensiva, que agora, no Brasil, tem força e representatividade política, além de base e militância social.
Os resultados eleitorais revelam o crescimento dessa representação direitista no país e na esteira da candidatura Bolsonaro, conseguiram importantes expressões no Legislativo Federal, além de ainda disputarem o segundo turno em importantes estados.
Contudo, não são invencíveis.
O PCdoB que desde a pré-campanha lutou para que tivéssemos uma ampla frente democrática contra essas forças do obscurantismo, reafirma que, mais do que nunca, tonar-se uma exigência RADICALIZAR A AMPLITUDE política em torno das candidaturas de Fernando Haddad e Manuela D´Ávila. É uma necessidade que deve orientar todos as ações táticas, articuladoras, mobilizadoras em cada município do Brasil, como também as dos movimentos sociais, culturais e democráticos.
Evitemos a dispersão e foquemos no objetivo maior: salvar o nosso povo de um precipício.
Mãos à obra!
Divanilton Pereira é petroleiro, membro do comitê central do PCdoB e vice-presidente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
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