Oficializado em 2009, o Dia do Nordestino é comemorado em 8 de outubro, em homenagem ao centenário do poeta, cantor e compositor cearense Antônio Gonçalves da Silva – Patativa do Assaré (1909-2002) -, em São Paulo.
Veja a atualidade da poesia “Amanhã”, de Patativa do Assaré
Amanhã, ilusão doce e fagueira,
Linda rosa molhada pelo orvalho:
Amanhã, findarei o meu trabalho,
Amanhã, muito cedo, irei à feira.
Desta forma, na vida passageira,
Como aquele que vive do baralho,
Um espera a melhora no agasalho
E outro, a cura feliz de uma cegueira.
Com o belo amanhã que ilude a gente,
Cada qual anda alegre e sorridente,
Como quem vai atrás de um talismã.
Com o peito repleto de esperança,
Porém, nunca nós temos a lembrança
De que a morte também chega amanhã.
Porque a capital paulista é a cidade com o maior número de nordestinos fora do Nordeste. E homenageia também Catulo da Paixão Cearense, maranhense de São Luís e autor da famosa música “Luar do Sertão”.
Ouça “Asa Branca”, de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, verdadeiro hino do Nordeste
A região conta com uma população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 56,72 milhões de pessoas, dividida em nove estados (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe).
“A influência do Nordeste em todo o país é sentida por causa da migração que houve em décadas passadas, principalmente para São Paulo e Rio de Janeiro”, diz Vânia Marques Pinto, baiana e secretária de Políticas Sociais da CTB.
Ela explica que os nordestinos sofrem preconceito justamente porque migraram para outras regiões em busca de uma vida melhor e é um povo muito trabalhador, hospitaleiro e carinhoso.
Ouça “Luar do Sertão”, de Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco
Além de trabalhar muito, a sindicalista explica ainda que a cultura do Nordeste vem se espalhando para o Brasil com sua música muito rica e diversificada, grandes escritores e compositores da música popular brasileira.
“Quem não conhece Luiz Gonzaga, Chico Science, Raúl Seixas, Caetano Veloso, Gilberto Gil e muitos outros?”, pergunta. E os escritores “Graciliano Ramos, Jorge Amado, Manuel Bandeira, Ferreira Gullar, só para citar alguns”.
Ouça “Cajuina”, de Caetano Veloso
Para Vânia, “o Nordeste sempre foi relegado pelos governantes até o ex-presidente Lula assumir o governo e colocar a região no mapa das políticas públicas do Estado brasileiro”.
Por isso, declara ela, “temos muita gratidão para com Luiz Inácio Lula da Silva. E com grande participação política votamos no candidato que representa a democracia e o projeto de desenvolvimento econômico com combate às desigualdades. Porque queremos o Brasil no lugar que ele merece”.
Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB